Por Fernando Bertuol, presidente da Associação da Classe
Média (ACLAME)
Você já parou para refletir em tudo que poderia adquirir
se não tivesse que desembolsar tanto para pagar impostos? Um carro que custa
aproximadamente R$ 30 mil poderia ser adquirido por R$ 19 mil, não fosse os
37,55% de imposto sobre ele. A gasolina, sem tributos, teria um valor de
R$ R$ 2,50 por um litro. Parece um sonho, não é mesmo?
Atualmente os brasileiros pagam mais de 90 tipos de
tributos ao governo. Passamos cinco meses trabalhando só para pagar impostos,
150 dias investindo em algo que não nos traz retorno, pois desembolsamos
novamente para ter acesso à saúde, educação e segurança privados, já que o
governo não entrega o básico.
Em termos regionais, os produtos são tributados
principalmente através do ICMS. Cada estado define quanto cobrará de alíquota
por cada produto. O Rio Grande do Sul, neste quesito, é campeão: o ICMS
aplicado aqui está entre os maiores do país. Não é à toa que nossa conta de luz
é a mais cara do Brasil, com 48,28% de imposto. Aliás, o ICMS inserido na conta
não deveria ser calculado sobre as taxas de transmissão e de distribuição e
muitos consumidores inclusive já recorreram à Justiça para obter
ressarcimento.
Os porto-alegrenses recentemente ganharam mais um
"presente" - na véspera do Dia do Trabalho, veja que ironia -, com a
aprovação do aumento do IPTU. A prefeitura resolveu aumentar a carga de
impostos sobre as famílias e empresas, na contramão do bom senso e do que a
atual gestão prometeu em sua campanha. Foi empurrada goela abaixo mais uma
conta, como se fosse uma simples "atualização de valores" dos imóveis
da cidade, acompanhada de mudança de alíquotas, criação de critérios para
isenção, regras para avaliação e mais de uma dezena de emendas que ainda
dependem de análise do prefeito.
Imposto em tudo e para todos. O cidadão brasileiro não
aguenta mais lidar com o peso da carga tributária. Por isso, ações como
o Dia da Liberdade de Impostos, que neste ano será realizado em 30 de maio
aqui no Estado, alertam para o impacto gerado por esse fantasma chamado imposto
e rompem com o sentimento de impotência, pelo qual somos acometidos. Precisamos
mostrar que é possível fazer diferente e viver sem pagar por taxas absurdas em
produtos e serviços.
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