Carta de Rosaura Eichenberg para Modesto Carvalhosa


Esta é a carta que a leitora carioca Rosaura Eichenberg enviou neste final de semana para o jurista Modesto Carvalhosa, falando sobre a convocação de uma Constituinte.

No momento estamos vivendo no Brasil algo muito triste. O povo brasileiro derrubou o governo ilegítimo de Dilma Rousseff, colocou Lula na cadeia pelo assalto que comandou aos valores brasileiros, elegeu Jair Bolsonaro para que o país mudasse e saísse das mãos dos criminosos – agora esse povo está sendo traído por um bando de meliantes no Congresso Nacional que, com a ajuda de generais que ocupam os cargos de vice-presidente ou ministro, encurralam o presidente da República transformando-o num governante figurativo sem força política.

Depois de cinco anos de luta, o povo brasileiro tem de reagir, não pode ser passado para trás por gente desqualificada como Dias Toffoli, presidente do STF, Rodrigo Maia , presidente da Câmara dos Deputados, Renan Calheiros, senador todo-poderoso que nunca responde por seus crimes perante a justiça, Nelson Jobim, eminência parda dos últimos governos,  agora no BTG Pactual, sempre pronto a enterrar o Brasil, Hamilton Mourão, vice-presidente que tem o estranho hábito de falar como presidente da República defendendo o contrário do projeto de governo eleito pelo povo.

Como realizar as mudanças com um Congresso controlado por criminosos que acabaram de atacar de maneira vil o Ministro da Justiça e Segurança Pública e seu projeto de eliminar o crime organizado que tomou conta do país?

Há alguns anos, quando o senhor chegou a ser apresentado como possível candidato à presidência no Brasil, lembro ter escutado algumas declarações suas frisando a importância de realizar uma Constituinte para que fosse redigida uma nova Constituição mais adequada a nossas necessidades atuais.

Meu falecido irmão me alertou em 1987 – essa Constituição não vai dar certo, está sendo feita na base do toma lá dá cá. E os acontecimentos recentes atestam que ele tinha razão, pois as relações entre os três poderes se tornaram viciadas.

Na época em que escutei sua proposta de Constituinte, o meu receio foi grande, porque o PT ainda dominava a política brasileira, e todos sabemos que uma das estratégias dos projetos de ditadura comunista conforme o modelo cubano é eliminar a antiga Constituição, criar uma Constituinte e aprovar um arremedo de Carta Magna. Foi o que Hugo Chávez fez na Venezuela.

Nos dias que correm, o governo já não está nas mãos do PT, que ainda tem força política, mas tende a minguar se a reação popular continuar apoiando o desejo de mudanças que elegeu o novo governo. Portanto, talvez seja uma estratégia viável trabalhar por uma Constituinte em 2020 ou 2021, que estabeleça novas regras para a sociedade brasileira, novos rumos para os três poderes da República.

É claro que tudo deve ser pensado com cuidado – por exemplo, como formar a Constituinte? Será preciso eleger novos representantes exclusivamente para a Constituinte? Ou os participantes serão os congressistas atuais eleitos em 2016? É claro que tanto os candidatos à Constituinte como os atuais congressistas terão de se conformar à regra principal – nenhum pode ser investigado ou denunciado pelo Ministério Público ou qualquer outro órgão da Justiça.

Sou ignorante em matéria de política, e se me atrevi a lhe escrever esta carta é porque estou arrasada com o que está acontecendo.  É duro ver o desejo de mudanças expresso pelo povo brasileiro ser atacado de todas as maneiras pelas velhas estruturas de poder que destruíram o país. Trata-se apenas de uma sugestão que encaminho a quem já demonstrou compromisso com um novo Brasil por meio de vários pedidos de impeachment de membros do STF.                                                           

2 comentários:

  1. Hoje, talvez como nunca no noso Brasil, estejamos tão bem informados e participativos, fruto das redes sociais; medimos forças através do VOTO mas, tentam nos frustar; limito-me, por enquanto, a indignar-me; amanhã, não sei pois, chegará um momento que, e Deus não permita, teremos de ir para a luta armada!!!!

    ResponderExcluir
  2. Querer promover reformas sem desaparelhar o estado dá nisso. Não sai nada. Isso porque os velhos predadores se sentem ainda com poder para manter seus interesses. Ou se faz a intervenção ou vamos ficar como a Argentina, protelando sua evolução indefinidamente. Nossa classe militar se acovardou completamente, está cheia de "democratas" adeptos da ideologia que prega: "nossas instituições estão funcionando perfeitamente". E assim nós contemplamos nossa qualidade de vida se deteriorar ano após ano, dando voto aos incompetentes e aos predadores, como únicas alternativas de uma classe política que não se renova, mesmo quando requerida pelo povo.

    ResponderExcluir