A PF já sabe que o acesso ilegal ao
aplicativo Telegram dos procuradores não foi realizado por amadores, conta a revista.
Algo é certo: a PF já sabe que o acesso ilegal ao
aplicativo Telegram dos procuradores não foi realizado por amadores. “Não foi
uma ação de um adolescente por trás de um computador. Tratou-se de um trabalho
feito por uma organização criminosa altamente especializada”, endossou Moro em
depoimento que prestou no Senado na quarta-feira 19. De fato, segundo fontes da
PF, o trabalho de hackers na quebra de sigilo de celulares e computadores foi
coisa de profissional. Além de envolver equipamentos caríssimos que alcançam a
casa dos milhões de dólares, fogem completamente do padrão de hackers de menor
poder destrutivo, conhecidos como “defacements”, que se notabilizaram por fazer
as chamadas “pichações políticas” em sites e organizar malfadados ataques a
transações bancárias. No dia 4, o suposto hacker tentou se passar pelo ministro
da Justiça enviando uma mensagem a um funcionário do gabinete de Moro, depois
de ativar uma conta no Telegram.
O DESIGNADO O delegado Maurício Valeixo, diretor-geral da
PF, está à frente da operação destinada a encontrar os responsáveis pela
violação das conversas (Crédito:Divulgação)
Sem descartar as pistas que surgem pelo caminho, na última
semana, a PF adicionou uma organização criminosa que operava em Santa Catarina
ao rol dos suspeitos. Na terça-feira 18, a PF desencadeou a operação “Chabu”
(vulgo “deu errado”) em Florianópolis, com o cumprimento de sete mandados de
prisão e 23 de busca e apreensão. O objetivo foi a desarticulação de uma
quadrilha que vinha quebrando sigilos de autoridades no estado para o vazamento
de operações policiais e ações de órgãos públicos. Para a PF, a quadrilha pode
estar envolvida na operação de hackeamento dos celulares dos procuradores do
Paraná.
Para a PF, Nikolai e Pavel Durov, do Telegram, teriam se
aliado a Snowden, Slavic e Greenwald por razões ideológicas
Entre os presos, está o delegado da PF Fernando Amaro de
Moraes Caieron e o policial rodoviário federal Marcelo Roberto Paiva Winter,
ambos especializados em crimes cibernéticos e tráfico de drogas. Foram presos
ainda o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (sem partido), e o ex-chefe da
Casa Civil Luciano Veloso Lima. Todos eles utilizavam a estrutura da empresa
Nexxera, de tecnologia, para cometer as ilegalidades. Segundo fontes ligadas ao
diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, a análise dos documentos apreendidos
será decisiva para apontar a existência do elo do grupo com os hackers da Lava
Jato. Assim como a conexão Brasil-Rússia-Dubai, o elucidamento do caso parece
estar próximo. Quem acompanha as investigações assegura: se os indícios
encontrados até agora se confirmarem, a PF estará bem perto mudar o rumo do
rumoroso episódio que monopolizou as atenções dos brasileiros nas últimas
semanas.
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