“Notícias falsas (sendo também muito comum o uso do termo
em inglês Fake News) são uma forma de imprensa marrom que consiste na
distribuição deliberada de desinformação ou boatos via jornal impresso,
televisão, rádio, ou ainda online, como nas mídias sociais. Normalmente, o
objetivo de uma fake news é criar uma polêmica em torno de uma situação ou
pessoa, contribuindo para o denegrimento da sua imagem. Por ter um teor
extremamente dramático, apelativo e polêmico, as fakes news costumam atrair
muita atenção das massas, principalmente quando estas estão desprovidas de
senso crítico.” (Wikipedia).
O tema fake news é a coqueluche do momento. Já se tornou
uma verdadeira paranoia.
O cidadão comum já não pode compartilhar nenhum assunto
no Whatsapp para mais do que cinco contatos mesmo que se trate de uma oração,
uma informação relevante ou até mesmo um pedido de socorro haja vista que as
redes sociais se reservam o direito de julgar o que é escrito pelo usuário e,
quando acham que não está conforme seu critério de “fake news”, podem até
cancelar a conta. Para elas, muitos compartilhamentos são, com certeza, fakes
news.
Vamos a uma pequena análise de duas situações:
• Uma
mentira deliberada é fake news?
• Uma
parte de uma notícia, ainda que verdadeira, não pode ser uma fake news?
Como exemplo de mentiras deliberadas, afirmar que Lula
foi preso “sem provas” apesar das condenações em todas as instâncias do
judiciário não é fake news?
Afirmar que Sérgio Moro condenou Lula porque já tinha
acertado previamente com Bolsonaro uma promoção para ministro do governo
federal e depois do STF se conseguisse fazer com que Lula não pudesse concorrer
não é fake news?
Publicar pesquisas eleitorais com erros assombrosos como
no caso da vitória em primeiro lugar de Dilma candidata para o senado por Minas
Gerais que acabou ficando em quarto lugar, não é fake news? E que Bolsonaro não
tinha a menor chance de passar para o segundo turno e caso conseguisse seria
derrotado inapelavelmente por qualquer outro candidato, não foi fake news?
Espalhar aos quatro ventos que Bolsonaro tem ligações com
as milícias cariocas não é fake news?
Afirmar que Bolsonaro disse que ia bombardear as favelas,
não foi fake news?
Tirando as pesquisas, as demais afirmações são publicadas
e decantadas diariamente na grande mídia, nas mídias sociais e até mesmo nas
tribunas do parlamento e, se são fakes news, por que ninguém toma uma
providência contra isto?
E as notícias pela metade?
Dizer que o PT tirou milhões da pobreza sem dizer que
parte deste número se deveu à modificação dos critérios de classe média e de
extrema pobreza não é fake news?
Afirmar que Sergio Moro condenou Lula por motivos
políticos e interesses pessoais, esquecendo completamente as condenações pelo
mesmo crime em todas as demais instâncias do judiciário não é fake news?
A afirmação de um advogado a respeito da inocência de seu
cliente quando todas as provas o condenam não é fake news?
Dizer que Deus existe ou que não existe não seriam fakes
news?
Afinal, quem é que pode julgar o que é fake news? A grande
mídia? O Facebook e o Whatsapp? A justiça? O congresso?
Muita gente com poder e medo quer definir o que pode ser
dito pelo cidadão bebê porque considera que ele não tem condições de distinguir
entre o “certo e o errado”. Precisa ser tutelado. O direito exarado no artigo
5°, inciso IX que dispõe que: “é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença” está sendo lançado para espaço.
A CPI das fake news demonstra a vontade do legislador em
tolher a liberdade de expressão. Vão acabar definindo o que poderá ser dito e o
que será proibido dizer. Criticar deputados ou senadores deverá passar a ser
crime assim como o STF já está considerando crime a crítica a ministros da
casa.
Se nada for feito contra esta onda totalitarista, em
breve as pessoas terão que tapar a boca ao conversar na rua para não terem
identificados os movimentos labiais e serem obrigadas a prestar contas perante
os tribunais por espalhar fake news, e a profecia do clássico do cinema de
1970, “Colossus 1980”, acabará se tornando realidade. Procurem e assistam. Vale
a pena.
O autor é diretor da FJacques - Gestão através de Ideias
Atratoras, empresa coirmã da Selcon Consultores Associados – MS Francisco
Lumertz (Professor Chicão), Porto Alegre, e autor do livro “Quando a empresa se
torna Azul – O poder das grandes Ideias”.
- O autor é diretor da FJacques - Gestão através de Ideias
Atratoras, Porto Alegre, e autor do livro “Quando a empresa se torna Azul – O
poder das grandes Ideias”.
www.fjacques.com.br -
fabio@fjacques.com.br
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