Cada ser humano tem — ou deveria ter — a sua própria consciência. Consciência, entendo eu, é a busca da verdade verdadeira, a fidelidade aos valores éticos, o discernimento entre certo e errado. Adam Smith falava desse juiz interno-moral, o espectador imparcial, capaz de nos colocar na posição dos outros pela via da simpatia. Eu creio que essa consciência não é fruto de convenção, mas dom do Criador, revelado também no nosso contato permanente com o Divino.
Após o julgamento de hoje, conduzido pelo ministro Luiz Fux, bastou observar a reação dos devotos da religião da utopia para constatar, mais uma vez, a gravidade da doença. Eles sobrevivem da narrativa da “igualdade” e da “justiça social” — sempre para os outros, nunca para si. São a esquerda festiva, hipócrita, que só prospera alimentando o conflito entre “nós e eles”, como se a divisão social fosse uma conquista civilizatória.
No caso da chamada “trama golpista”, que teria ameaçado a democracia e o Estado de Direito, pouco importam os fatos ou a verdade. Para eles, vale tudo, desde que a narrativa continue respirando.
Fux, por sua vez, não se prestou ao papel de cronista sentimental da ocasião. Deu uma legitima aula de Direito Constitucional. Atuou como juiz deve atuar, com técnica, apoiado na letra da lei, e não com a pena envenenada da ideologia. Julgou com a tinta da norma, não com a aquarela dos interesses.
É exatamente aí que a farsa utópica revela sua incurável enfermidade. Consciência, para esses iluminados de si mesmos, é uma palavra que inexiste. Não por ignorância, mas por conveniência. Fingem que moral é peça decorativa, que certo e errado são apenas cores disponíveis na paleta do poder.
No entanto, em seus “eus mais íntimos”, eles sabem dos valores morais. Conhecem-nos. Mas preferem não acreditar neles, tampouco no propósito maior do Criador que lhes dá fundamento. É surreal vê-los dar de ombros à moralidade, como se fosse detalhe irrelevante.
O país testemunhou um julgamento eminentemente técnico, embasado no que dispõe a lei. Porém, os sacerdotes da utopia reagiram como sempre, com desdém pela verdade e devoção à conveniência.
Eis a doença incurável. Não é apenas cegueira. É escolha. É a negligência da verdade — esporte favorito desses adoradores da ideologia do fracasso. É funesto, e triste. Deixa um rastro de desolação. Para os homens de bem, traz a convicção de que a realidade, por mais evidente que seja, para esses sectários ideológicos, fanáticos e miopes moralmente, sempre será subvertida pelo prazer de acreditar no irreal e no utópico.
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