Dizem os cronistas que os tucanos, o PSDB, quando não têm
a quem combater, combatem a si mesmos. Isto é, têm o costume de se engalfinhar
em lutas internas meio inglórias. Foi o caso recente da disputa que envolveu
Aécio Neves, presidente licenciado, Tasso Jereissatti e Marconi Perillo, estes
candidatos à sucessão do senador mineiro.
Não faltou quem tenha decretado o fim da legenda. Os
jornalistas políticos, principalmente os da grande imprensa, sofrendo de alta
ansiedade, estão sempre querendo adivinhar o futuro. Melhor seria que não o
fizessem, pois tantas vezes não conseguem nem analisar o passado, o que já
aconteceu. Muitos deles querem apenas antever os fatos para os quais eles
torcem. Mas este é um problema sério dos fatos: eles têm vida própria, não dependem
de aprendizes de vidência, e menos ainda da vontade e desejo de alguns escribas
e comentaristas.
Ou o embate não era tão belicoso, ou os bombeiros
tucanos, chamados a intervir, entre os quais o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso e o governador paulista Geraldo Alckmin, são muito persuasivos. O que
era - segundo um grupo de figurões do colunismo político - um incêndio de
proporções devastadoras, ou não passava de um foguinho de folhas secas e
gravetos, ou todos (os tucanos) viram, de repente, que era melhor baixar a
guarda, entregar as armas, fazer as pazes.
Foi o que aconteceu com o acerto entre as facções, de
conduzir à presidência o governador paulista Geraldo Alckmin ao comando do
partido, e de quebra, praticamente, consagrando-o como candidato presidencial
do partido.
Porém, mesmo com a “pax tucana”, celebrada em nível, os
mesmos comentaristas que previam a extinção do PSDB, agora, como sempre afoitos
e ansiosos, têm a acerteza de que ela é “precária”, isto é, que daqui a pouco
quebra o pau de novo. Vamos ver.
Claro, é preciso ver se este acordo de paz interno vai
servir aos seus propósitos, isto é, tornar o PSDB, e Alckmin, viáveis
eleitoralmnte, já que ambos, candidato e partido, estão muito atrás nas
pesquisas. É preciso combinar com os russos, isto é, o distinto público, o
eleitorado.
Tem muita água para rolar debaixo da ponte. Só o tempo e
as urnas dirão com clareza se os eleitores brasileiros punirão os tucanos pela
aliança com Temer. Começamos, pois, com uma equação simples: na campanha, na
eleição, o governo Temer ainda estará com os atuais e sofríveis índices de
aprovação? Há projeções de gente sensata de que em 2018 a economia brasileira
crescerá 3%. E há também otimistas meio desvairados que falam em 4%. Se for
assim, pode escrever: Temer não puxará para baixo nenhum candidato que ele
apoie, e nenhuma força política sofrerá perda eleitoral porque o apoiou em
algum momento.
Os tucanos estão no páreo hoje mais do que ontem, quando
se bicavam entre si. A começar porque tem um bom nome. Me perdoem os que
discordarem, mas Alckmin é um nome respeitável, tanto ou mais do que Marina,
Álvaro Dias, Lula (Argh!) Bolsonaro (Argh!), Ciro Gomes (Argh!) e outros menos
votados. O PSDB tem sólidas bases eleitorais espalhadas nas regiões do país,
tem capacidade de ampliar alianças, tem tempo de rádio e televisão. Não é
pouco.
titoguartniere@terra.com.br
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