Números foram apresentados durante a entrega do Prêmio ABDE-BID, realizado na última quinta-feira
O governo federal desembolsou, até o dia 23 de setembro, R$ 413,3 bilhões para ações de enfrentamento ao Covid-19. Mais da metade foi destinado para o auxílio emergencial a pessoas em situação de vulnerabilidade: R$ 217,4 bilhões. O auxílio financeiro aos estados, municípios e Distrito Federal somou outros R$ 74,39 bilhões. Os números foram apresentados pelo diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), José Ronaldo Souza, durante solenidade de entrega do Prêmio ABDE-BID, realizado nesta quinta-feira (10), de forma virtual.
Os demais gastos da União no combate ao coronavírus referem-se às despesas adicionais do Ministério da Saúde e demais pastas (R$ 35,97 bilhões); benefício emergencial de manutenção de emprego e renda (R$ 24,94 bilhões); cota dos Fundos Garantidores de Operações de Crédito (R$ 42,90 bilhões); concessão de financiamento para pagamento de folha salarial (R$17 bilhões); transferência para a Conta de Desenvolvimento Energético (R$ 900 milhões); e ampliação do Bolsa Família (R$ 370 milhões).
Diante do aumento de gastos da União, o Ipea calcula um déficit primário de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) até setembro. A dívida pública também disparou e em agosto atingiu quase 90% do PIB. Por fim, o investimento líquido atingiu o menor patamar desde o início da série história, em 1947, e pela primeira vez ficou negativo. Ou seja, os investimentos não têm sido suficientes sequer para evitar a depreciação do estoque de capital fixo já instalado.
"A transferência de renda e para os estados e municípios foram os principais pontos de gastos relacionados à Covid. O auxílio emergencial contribuiu para uma resposta rápida da economia e para evitar um problema social mais grave", afirma Souza.
O presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), Sergio Gusmão Suchodolski, sinalizou que a ABDE trabalha para apoiar o país a buscar mais recursos por meio de parcerias com organismos internacionais. "É um grande desafio que temos pela frente. As instituições financeiras de desenvolvimento estão trabalhando para alavancar o volume de investimentos para projetos de desenvolvimento no Brasil e auxiliar o país nessa retomada da economia", diz.
Para o representante do BID no Brasil, Morgan Doyle, é necessário somar esforços para apoiar o país no momento de necessidade. "O BID mobilizou quase US$ 2 bilhões, tendo como alvo mais de 70 mil pequenas e médias em presas. O objetivo é ajudar o empreendedor e toda a cadeia a atravessar um dos momentos mais complexos da história".
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