Artigo, especial, Alex Pipkin - O pedestal do vitimismo

Alex Pipkin, PhD em Administração

A moda lulopetista sempre foi a do pedestal, do vitimismo.

Evidente. Sustentada pelo progressismo choroso, pela ideologia do fracasso que transforma ressentimento em discurso heroico.

Nada mais conveniente para quem precisa de culpados prontos e inocentes profissionais.

No Brasil, o trono moral foi entregue a quem se diz oprimido, e o país, desde então, ajoelha-se diante da mediocridade travestida de causa.

Como mostraram Bradley Campbell e Jason Manning, a nova “cultura do vitimismo” converteu a ofensa em ativo moral.

Ser ferido, mesmo imaginariamente, virou credencial para reivindicar poder.

É o triunfo da mágoa organizada, completamente politizada.

Poucos souberam explorar isso com tanta eficiência quanto o lulopetismo, no marketing da pobreza, na liturgia da queixa, e no espetáculo da injustiça conveniente.

Tudo embalado na retórica dos “direitos humanos” — ou, melhor dizendo, dos direitos desumanos, esses que transformam o erro em qualidade e o crime em bandeira.

Sempre em defesa dos “grupos marginalizados”… Evidente, com uma exceção estratégica: os judeus, interditos no altar das vítimas oficiais, talvez por não se encaixarem no figurino ideológico da esquerda redentora; somos “opressores”.

A velha luta de classes perdeu o fôlego, mas renasceu em moldes identitários.

O criminoso é “fruto da desigualdade”, o invasor é “excluído”, o corrupto é “vítima do sistema”.

A culpa individual desaparece e surge a culpa coletiva, artifício perfeito para absolver os amigos e condenar os adversários. Artifício este que inevitavelmente cria o conflito e alimenta a divisão social.

A lei deixa de ser limite e passa a ser arma ideológica, sendo flexível para os aliados, implacável para os desafetos.

Fragmentada em tribos morais, a sociedade tornou-se uma arena de disputas por reconhecimento.

A convivência foi substituída pelo litígio, o diálogo pelo tribunal da emoção.

A política deixou de ser a arte do possível e virou o espetáculo da sensibilidade ferida. O Estado, incapaz de proteger o cidadão, dedica-se a proteger o infrator, afinal, a culpa é sempre da “sociedade opressora”.

A criminalidade que devasta o país é apenas o sintoma mais visível dessa decadência.

Quando a culpa é sempre dos outros, o criminoso vira mártir e o cidadão honesto, cúmplice involuntário de uma culpa inventada.

A impunidade deixou de ser falha do Estado, transformando-se em política de governo, sustentada por uma cultura que absolve antes de julgar e justifica antes de punir.

O Brasil é hoje o retrato de uma sociedade que confunde compaixão com condescendência, tolerância com covardia.

Sem responsabilidade individual, a liberdade apodrece e o mérito é interditado, sobrepujado pelo lado negro dos sentimentalismos.

Quando a queixa é a prioridade vermelha, verde-amarela, o país deixa de andar para frente — passa a desfilar, orgulhoso, em marcha fúnebre pela própria decadência.

O Brasil virou refém dos que se dizem ofendidos, e esses ofendem quem ousa discordar desses “seres superiores”, apologistas das emoções, do “sentir”.

É hora definitiva de romper o ciclo da chantagem moral e recuperar o país da tutela das minorias ruidosas.

Porque quando cada grupo inventa/sente sua própria verdade, a sociedade inteira se transforma numa piada, e, funestamente, das mais destruidoras.

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