Confirmando a sinalização mais favorável indicada pelo
índice PMI e pelas importações, os indicadores de atividade, divulgados ontem,
apontaram para uma melhora da economia chinesa em agosto. A produção industrial
registrou alta interanual de 6,3% no mês passado, superando as expectativas
(6,2%) e a expansão de 6,0% verificada em julho. Essa elevação se deve a uma
retração menos acentuada do setor de mineração, mas também aos efeitos de
reconstrução decorrentes das fortes enchentes ocorridas nos meses recentes no
país. Na mesma direção, as vendas nominais do varejo chegaram a uma alta de
10,6% em relação ao mesmo período do ano passado, puxadas pelo setor
automotivo, surpreendendo de forma positiva o esperado pelo mercado (10,2%),
após terem crescido 10,2% no mês anterior. Os investimentos em ativos fixos,
por sua vez, mostraram expansão de 8,1% no acumulado do ano, acima das
expectativas (7,9%), mostrando estabilização ante julho. Dentre os principais
vetores para os investimentos, notamos que as inversões conduzidas pelo governo
seguiram fortes, ao passo que os investimentos do setor privado continuaram
fracos. Entendemos que a retomada de projetos de infraestrutura – acelerada nos
últimos meses – tem impulsionado a economia, evitando uma desaceleração neste
trimestre, sugerida pelo arrefecimento das concessões de crédito e pela
política monetária mais prudente. De fato, os estímulos fiscais têm sido
importantes: as receitas do governo acumularam ganho de 6,0% no ano, até
agosto, ao passo que as despesas subiram 12,7% no mesmo período. Dessa forma,
os riscos baixistas indicados pelos dados de julho se dissiparam com o desempenho
mais favorável da economia chinesa no mês passado, mantendo o crescimento deste
ano ainda próximo à meta de 6,5%. De todo modo, acreditamos que a desaceleração
da atividade seguirá presente nos próximos trimestres, tendo em vista os
ajustes estruturais em curso – reforçados recentemente pelo comprometimento do
governo em avançar no fechamento de capacidade instalada – e os riscos
financeiros vindos do elevado nível de alavancagem das empresas e dos governos
locais.
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