Em denúncia apresentada contra Lula, Dilma e o Aloizio
Mercadante, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que dados
telemáticos obtidos em uma Ação Cautelar que corre sob sigilo no Supremo
Tribunal Federal confirmam a existência de e-mails trocados entre a
ex-presidente e a marqueteira petista Mônica Moura com o intuito alertá-la
sobre sua iminente prisão na Operação Lava Jato.
A flechada contra a cúpula petista tem como base
investigações sobre o apoio político, jurídico e financeiro, supostamente
oferecido por Mercadante, em 2015, para barrar a delação de Delcídio do Amaral;
a nomeação de Lula para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, com a suposta
finalidade de garantir-lhe foro privilegiado; e as mensagens entre a presidente
e sua marqueteira de campanha por ‘contas de correio eletrônico clandestinas’.
A empresária Monica Moura, delatora da Operação Lava
Jato, entregou ao Ministério Público Federal um registro com as imagens do
e-mail 2606iolanda@gmail.com que diz ter usado para trocar mensagens com a
ex-presidente Dilma Rousseff. As fotografias estão em uma Ata Notarial lavrada
em 13 de julho de 2016 no 1º Tabelionato Giovannetti em Curitiba.
Monica afirmou em delação premiada que criou ‘no
computador da presidente’ uma conta de e-mail com nome e dados fictícios, com
senha compartilhada entre as duas e o ex-assessor de Dilma, Giles Azevedo.
Segundo a delatora, ela e a então presidente combinaram
que, se houvesse notícia sobre avanço da Lava Jato em relação ao casal, o aviso
seria feito através desse e-mail. As mensagens escritas pela presidente
ficariam na caixa de rascunhos do e-mail, para não circularem, e Mônica
acessaria a conta de onde estivesse.
A delação do casal de marqueteiros petistas João Santana
e Mônica Moura está entre as que embasam a denúncia por obstrução de Justiça
contra os dois ex-presidentes e o ex-ministro petista.
Segundo Janot, relatórios presentes em uma Ação Cautelar
que corre sob sigilo, sob a relatoria do relator da Lava Jato no Supremo, Luiz
Edson Fachin, confirmam a troca de e-mails entre a ex-presidente e Mônica
Moura.
Em uma das mensagens, atribuída a Dilma, na conta ‘Iolanda’,
consta: “Seu grande amigo está muito doente, os médicos consideram que o risco
é máximo e o pior é que a esposa dele, que sempre tratou dele, agora também
está doente com o mesmo risco. Os médicos acompanham dia e noite”.
O texto foi redigido em 19 de dezembro de 2015, dois
meses antes da prisão preventiva do casal, no âmbito da Operação Acarajé, 23ª
fase da Lava Jato.
Para Janot ‘tratava-se de um aviso antecipado sobre a
prisão do casal de publicitários’.
“Na época, a advertência foi, ainda, reiterada por meio
de telefonemas feitos por Dilma Vana Rousseff a Mônica Regina Cunha Moura em
20/12/2015 e 21/12/2015”, afirma o procurador.
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