Deflação de produtos agropecuários impulsionou desaceleração do IGP-10


A dinâmica de arrefecimento dos preços de produtos agropecuários impulsionou o recuo do IGP-10 de maio (conforme divulgado há pouco pela FGV), que registrou alta de 0,70%, ante a variação de 1,0% de abril – ligeiramente abaixo do esperado por nós e pelo mercado (0,72%). Esse movimento corrobora a dissipação dos choques do primeiro trimestre do ano, indicando um importante alívio aos preços ao consumidor à frente.  Dentro do IPA Agrícola – que recuou de 1,86% para -1,43% este mês – destacaram-se as deflações de soja, mandioca e milho. A tendência baixista, entretanto, foi generalizada, com exceção dos preços de arroz.
No mesmo sentido, já refletindo essa desaceleração dos preços do atacado, conforme observado nos últimos IGPs, o IPC variou 0,47%, abaixo do 0,73% do mês anterior. Assim como no IPCA, os preços de alimentação têm apoiado a descompressão do índice – processo que deve se manter nas próximas divulgações. O INCC, por sua vez, manteve-se próximo à estabilidade em relação a abril (0,31%).
Por fim, em sentido oposto, o IPA Industrial avançou de 0,96% para 1,60%, sendo que o movimento altista se concentrou basicamente na aceleração de preços de minério de ferro (item que variou 7,06%, contra 1,83% de abril). As cotações da commodity metálica, entretanto, têm arrefecido recentemente, sinalizando um cenário prospectivo mais ameno para os preços industriais. Assim, o indicador agregado, que acumulou altas de 3,27% no ano e de 8,02% nos últimos doze meses, deve acentuar seu recuo nas próximas divulgações.

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