Estou preocupado com o discurso de ódio. Não é por causa das redes sociais, nem por causa da polarização atual. Sabe por quê? Porque polarização sempre existiu. Como lembrou muito bem o veterano Aloysio Carvalho - que trabalhou no rádio e depois no jornal O Globo -, não é novidade. Desde sempre houve direita contra esquerda. No meu estado era PSD contra PTB; em Minas Gerais, UDN contra PSD.
Em toda parte era assim. Na cidade onde trabalhei, havia até o "médico da esquerda" e o "médico da direita". E as pessoas escolhiam o médico conforme a ideologia. Estou falando dos anos 40, 50, 60, 70 e 80, bem antes das redes sociais. Portanto, não dá para culpar a internet. Veja o exemplo do Nepal: a maior rede de TV estatal culpava as redes sociais pela insatisfação popular. Resultado? Derrubaram o chefe de governo, incendiaram a casa dele com a mulher dentro, queimaram o parlamento, a Suprema Corte e até a própria TV. Isso mostra que o problema é mais profundo: o ódio vem de longe, desde quando essa ideologia de Marx e Lenin se espalhou. Lenin dizia: "Acuse-os do que você é, do que você faz". E assim se transfere o ódio, quando, na verdade, ele parte de um lado só - um ódio que matou milhões. Só na China, 77 milhões. No Camboja, Pol Pot exterminou 20% da população. Stalin matou mais soviéticos do que os alemães na guerra. Fidel Castro mandava dissidentes para o paredão. É uma ideologia de ódio.
E falo tudo isso por causa do atentado na Universidade do Vale de Utah, contra Charlie Kirk, de 31 anos, pai de dois filhos pequenos e influenciador de direita. Um jornal do Rio noticiou: "foi morto um extremista de direita ligado à invasão do Capitólio". Ligado, apenas. Não participou. Isso justificaria um tiro no pescoço? Assim como o disparo que quase matou Trump ou a facada em Bolsonaro - cuja origem até hoje não foi esclarecida. Quem colocou na cabeça de Adélio Bispo que ele tinha um álibi pronto na Câmara dos Deputados? Nunca descobriram. Incrível.
Recentemente, o advogado Jeffrey Chiquini foi hostilizado e agredido na Faculdade de Direito da UFPR por militantes radicais. O deputado Nicolas Ferreira precisou de proteção da Polícia Federal para palestrar no Espírito Santo, após receber ameaças de morte, assim como já ocorrera com um estudante da USP. Até o ministro Fux foi alvo de uma enxurrada de xingamentos nas redes. Isso é ódio. Mas será que não foi o próprio ódio que se criou quando se condenou sem provas? Como lembrou Fux, sem provas não há condenação. Criaram uma narrativa. Seria uma narrativa "odienta"?
Entre amor e ódio, como escrevi essa semana, está a essência humana. Todos sentimos ódio, mas é algo pequeno, sem grandeza - sobretudo quando mata. O episódio da família Mantovani, hostilizada em Roma após discussão com o ministro Moraes, mostra como o ódio também move a vingança.
Link da coluna:
HTTPS://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/a-ideologia-que-realmente-incentiva-o-odio-fez-mais-uma-vitima-fatal/
Um jornal do Rio?
ResponderExcluirVocê não disse qual!
Parei a leitura ali e passei adiante.
Nao gosto de cagoes.
Aplausos ao Alexandre....as suas colocações são pertinentes mas sempre devemos nos resguardar; a PATRULHA ESTA NA ESPREITA...
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