No meio desta grenalização que virou a pandemia, precisamos buscar algumas referências positivas em quem foge à regra. E tenho notado que o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), desde o primeiro dia de sua gestão, está constantemente buscando o tão difícil e necessário equilíbrio.
Por um lado, ele não nega a existência da doença, incentiva as medidas sanitárias, abre leitos e faz sua parte para acelerar a vacinação. Ouve e age. Também não usa o pretexto da ciência para patrocinar o "fecha tudo". Ele tem se comportado com sensatez e bom senso num momento em que, reconheço, é tão difícil de estabelecer esse ponto. Mas o vejo o tempo inteiro construindo consensos para preservar a saúde sem quebrar a cidade.
Quando adquiriu medicamentos do chamado "tratamento precoce", Melo não fez disso um carnaval federal. Não ideologizou, tampouco anunciou falsa ilusão. Simplesmente deu aos cidadãos pobres a possibilidade de acessarem gratuitamente os fármacos que alguns médicos prescrevem.
Quando defende a abertura do comércio, o prefeito não incentiva as pessoas a passearem no Centro. Apenas permite ao cidadão comprar aquilo que, para ele e sua família, naquele momento, é essencial. E dá a mínima chance de sobrevivência financeira ao chamado comércio não essencial.
Quando diz que não vai contratar mais fiscais para multar ou levar o cidadão para a delegacia, o prefeito investe no diálogo e na conscientização. Mais! Percebe que, diante do que vivemos, o poder público precisa centrar esforços em resolver o problema do atendimento nos hospitais, e não acirrar os ânimos com a população que já está exaurida.
Com sensibilidade social e diálogo - de quem sabe ouvir e não só falar -, Melo faz jus ao MDB que eu aprendi a admirar com Sartori. O prefeito tem se mostrado uma exceção nesta era de tantos teatros e arroubos políticos - uns grotescos, outros sofisticados.
Reconheço que falo de um amigo. Fiz amizade com Melo durante a nossa gestão no governo do Estado, mas não o conhecia como gestor. Sabia que tinha habilidade para ser um bom prefeito, mas ele está indo além - e hoje figura como um balizador do ponto de equilíbrio que tanto faz falta ao Rio Grande do Sul e ao Brasil. Siga em frente, prefeito!
Produtor rural e ex-vice-governador do Estado
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