No sábado, 30/09/23, o Grêmio enfrentou os reservas do Fortaleza. E não surpreendeu: arrancou um glorioso empate! Jogo sofrível!
Depois da partida, veio a entrevista com o técnico. E foi curioso! Os iluminados da imprensa fizeram rodízio para perguntar sobre a tal da intensidade da equipe que, alegadamente, desaparece nos jogos fora de casa. E Renato, o Invicto, deu a entender que a falta de intensidade vem do seu estilo ofensivista, escalando atletas que atacam e não marcam, o que ele poderia reverter caso escalasse marcadores em vez de atacantes.
Tudo errado! O que é que essa gente entende por "intensidade"? Tal como foi posto, parece que só marcador pode ser intenso. Bobagem!
Quanto a jogar na Arena ou fora, a diferença está na torcida, que, em casa, insufla o time. A coluna já tratou disso. Vou a outra coisa.
Podem ter certeza de que a campanha mais exitosamente regular será do time que consiga ser mais equilibrado: marcação, criação e finalização, o que é inseparável de uma eficaz articulação entre os setores da equipe.
O que faltará ao Grêmio para ter mais equilíbrio? O que pode fazer com as peças que tem? Ora, o Grêmio tem mais recursos que Santos, Cruzeiro, Goiás, Vasco, Bragantino... Mas apanhou deles!
E será que o Invicto não anda queimando pólvora em chimango em vez de investir em quem pode realmente dar resultado?
Examinemos a questão a partir de dois fatos. Um é que o Fortaleza (hoje, um modelo de gestão) é um time sem grife. Outro é que já se sabia que ele escalaria os reservas. Pergunto: somando uma coisa com a outra, não ficaria mais leve a responsabilidade para um jovem como Ronald e não seria a ocasião perfeita para que ele entrasse como titular?
Ninguém, da sabichona imprensa do RS - vá saber se é temor ou falta de talento - lembrou de perguntar isso ao Invicto.
Já viram a dificuldade que há para um jogador da base ter oportunidade no time principal do Grêmio? O técnico insiste com Nathan (de resultado previsível, isto é, nenhum!), improvisa atacante como volante, faz o diabo, mas não escala Ronald - e olhem que ele nem é o único jovem pedindo passagem! Se é de cascudo que ele gosta, que vá pescar no Jacuí!
Volto ao Fortaleza: quem é o craque do time? Não tem nenhum! Como pôde, jogando com reservas, enfrentar de igual para igual o Grêmio? A explicação é o trabalho coletivo, que redunda numa equipe equilibrada. E por que o Fortaleza consegue isso e o Grêmio, não? Essa é a grande questão, que uma imprensa - burra ou movida por outros interesses, eu realmente não sei - evita pôr em pauta.
É óbvio, mas tem de ser dito e repetido trocentas vezes. As limitações individuais são minoradas e até superadas com um trabalho coletivo qualificado. Mas... para isso é preciso treinar muito! E treinar com inteligência!
Façamos um exercício de imaginação: quantos atletas do Fortaleza seriam titulares do Grêmio, e quantos do Grêmio seriam titulares do Fortaleza? Não responderei. Cada qual formule sua opinião.
O Fortaleza tem um ótimo técnico, o que se vê na produção coletiva e no equilíbrio da equipe, embora sem craques. Já o Grêmio tem um bom domador de repórter, o que se vê nas coletivas sem perguntas embaraçosas, em que ele dribla as questões técnicas e entra de pé alto em assuntos da administração do clube sem ser parado por ninguém.
Na sua entrevista coletiva, o excelente Juan Pablo Vojvoda (treinador do Fortaleza) abordou questões técnicas, respondeu com serenidade a todas as perguntas e jamais foi reativo. Já o Invicto... Ah, responde o que quer... Deve divertir-se com a mediocridade dos entrevistadores. A gente também se diverte, assistindo de camarote...
Só que o clube, que paga altíssimo salário para tê-lo como técnico, não tem nenhum ganho com esse espetáculo de mau gosto.
Editor, não vejo necessidade de tratar de esporte aqui, temos bastante assunto envolvendo questões políticas do pais.
ResponderExcluirMas uma brilhante análise do momento atual do Grêmio. Lamentável o que estamos vivenciando.
ResponderExcluirNão sou fã de futebol, mas as colunas desse Facundo me parecem ir muito além dos chutes , dribles e gols ou falta deles. Há muita coisa nas entrelinhas. O futebol parece ser apenas um pretexto. Ele tece as suas críticas e acaba desmascarando a "incompetência" de uma imprensa que influencia a opinião pública.
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