Esta presa política conta seus dias de cárcere na Colmeia e como reagiu às visitas de A. de Moraes e Rosa Weber

O extenso e dramático depoimento a seguir é de uma das presas políticas que foi traiçoeiramente acomodada diante do QG do Comando Militar do Planalto, dia 8 de noite, tudo para ser entregue com outros 1.500 manifestantes acampados, na manhã seguinte, de modo traiçoeiro, pelo Exército. Ela ficou presa 4 meses na Colmeia e conta o que aconteceu ali e de que modo a prisão política fortaleceu-a para novos embates pela libertação do povo brasileiro.

O material é todo da jornalista gaúcha Ana Maria Cemin.

Vai um recorte, no caso o episódio da visita feita por Alexandre de Moraes e Rosa Weber:

Quando o ministro Alexandre de Moraes esteve no Colmeia com a ministra Rosa Weber, como líder da minha ala fiz perguntas a ele, que elaboramos previamente em conjunto. A primeira informação que chegou a nós era de que uma autoridade muito importante nos visitaria e chegamos a pensar no Lula e ficamos desesperadas. Um policial muito querido, o Seu Marquinhos, que é uma trans, foi quem nos contou antecipadamente que era ele. Então chegou o momento de ele entrar na nossa cela para conferir as nossas condições, se a gente estava bem. Nós víamos no olhar do ministro a satisfação de ver mais de 100 mulheres na frente dele chorando. Mães, avós e filhas chorando. Ali naquela cela tinha mãe e filha presas juntas, sogra e nora, avó e neta.

Eu senti aquele prazer inenarrável do meu algoz a apenas 50 centímetros, pois só tinha uma grade nos separando. Entre 20 e 30 policiais federais fortemente armados, com uma espécie de fuzis com gás de pimenta, estavam posicionados atrás dele e, do lado, estava Rosa Weber. O meu primeiro pensamento foi voar no pescoço dele, arranhar a sua cara. Só que se eu fizesse isso com certeza levaria um tiro...

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