Foi o biólogo Francis de Waal que na década de 70 do século passado( 1977) cunhou a expressão " teoria do verniz". Através dela, o cientista provou que " a civilização não passa de uma fina camada de verniz que a qualquer teste da verdade, descasca". Ao longo do chamado processo civilizatório da humanidade, notadamente dos últimos seis milênios para cá, várias civilizações foram surgindo, se estalecendo e... desaparecendo. A teoria de Waal se aplica a cada uma delas e explica( e até justifica), suas derrocadas. Estamos, no Brasil, experimentando a implementação( forçada) de um processo civilizatório envernizado do princípio ao fim. De cabo a rabo, no linguajar popular, digamos assim. Não há como redundar em algo que preste. Se os exemplos de civilizações anteriores erigidas sob rígidas normas de comportamento e cimentadas sob valores éticos e morais, assim mesmo acabaram frustrados, o que esperar da receita civilizatória hoje em curso no Brasil? Quando o verniz mostrado encobre a verdadeira face da devastação ética e moral da sociedade brasileira; a romantização da bandidagem e a indisfarçável e espúria intenção de instrumentalizar a tirania como forma de dominação e submissão do povo, eis o sinal dos tempos de trevas que nos chega a galope. Não sei não se desta vez, ao contrário do que ocorreu em 64( graças à decência e amor à Pátria dos generais à época, hoje inexistente no comando das tropas), iremos nos livrar da mão pesada do arbítrio e da opressão, antesalas da vasto, deprimente e desumano albergue em que buscam transformar esta, até então sonhada, " nação do futuro".
Sílvio Lopes, jornalista, economista e palestrante sobre Economia Comportamental.
É o processo narcocivilizatorio brasileiro
ResponderExcluirTal e qual a falência múltipla dos orgãos no corpo humano.
ResponderExcluirO que me tranquiliza é que no Brasil nada é 100%. Aqui funciona a meia-sola, o remendo e a fé que vai dar certo.
ResponderExcluir