Artigo, Paulo Delgado, Estadão - O tempo e o vento


A internet é uma máquina de isolamento e depressão. E por falar nisso, a saúde mental também. Muitos jovens têm medo de dormir. Quantos pais não podem descansar. A sociedade pressiona o governo para internar, marca da cultura do abandono. E nesta dinâmica de legitimação/deslegitimação saiu a última resolução do Ministério da Saúde com críticas a decisões antigas na área da saúde mental. A forma, que pretende esquadrinhar o arcabouço da política do setor, provoca um confuso debate que mistura hospital, droga e nova hegemonia política.

Os hospitais psiquiátricos agonizantes ficaram atentos aos novos ventos quando a política nacional de enfrentamento do crack e outras drogas, uma urgência e emergência, se valeu da força política das igrejas evangélicas para se tornar, por meio das comunidades terapêuticas, um braço da reforma psiquiátrica. Conexões legítimas, embora forçadas pela política dos tempos da crise e pela queda do confuso governo de esquerda, lideradas à época por seus prestigiados ministros da Casa Civil e da Justiça..

Não vejo, assim, sentido de a resolução desconhecer sua própria história de corresponsabilidade política, pois o que temos agora é uma adaptação híbrida, iniciada antes do impeachment, a Lei 10.216/2001. 

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