Um grande protesto contra o presidente Daniel Ortega
tomou neste sábado as ruas da capital da Nicarágua, apesar do pedido do líder
para manter ativos "os mecanismos de autodefesa" a fim de evitar
"um golpe de Estado". Centenas de nicaraguenses iniciaram uma
manifestação em uma das principais vias do leste de Manágua para exigir a
renúncia de Ortega, a quem responsabilizam pela morte de centenas pessoas
contrárias ao governo.
"Povo, una-se!", "O povo unido jamais será
vencido!" e "Liberdade para os presos políticos!", estavam entre
as palavras de ordem dos manifestantes. Eles também levavam cartazes com frases
como "Só o povo salva o povo" e "Não eram delinquentes, eram
estudantes".
Há dois dias, na celebração do 39° aniversário da
revolução da Nicarágua, o presidente insistiu para que seus seguidores
defendessem o governo. Ortega pediu aos seus simpatizantes para não baixarem a
guarda, “a seguir defendendo nossos direitos, as nossas decisões". Neste
sábado, horas antes de uma manifestação governista, a polícia nicaraguense
expulsou de uma de suas sedes carcerárias dezenas de mães que perguntavam por
seus filhos, que foram detidos ou desapareceram durante manifestações contra Ortega.
As famílias deixaram a entrada da Direção de Auxílio Judicial (DAJ) da polícia,
conhecida como El Chipote, para evitar um confronto com partidários do governo.
"Há alguns dias vieram nos dizer para sairmos de El
Chipote. Ficamos com medo de que façam algo conosco, por isso viemos para cá
(Catedral de Manágua)", afirmou uma mulher que não quis se identificar.
"Disseram que com as balas eles nos expulsariam e para proteger as nossas
vidas decidimos sair", acrescentou a esposa de um oficial militar reformado
que estaria detido por se recusar a fazer parte de grupos paramilitares.
Localizada em uma elevação montanhosa no centro de
Manágua, a prisão de El Chipote foi mencionada como um centro de vexação e
tortura por organizações de direitos humanos que solicitaram seu fechamento. O
governo nicaraguense é acusado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos
(CIDH) e o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos
Humanos (Acnudh) de "assassinatos, execuções extrajudiciais, maus-tratos,
possíveis atos de tortura e detenções arbitrárias cometidas contra a população
majoritariamente jovem do país". As autoridades da Nicarágua negaram
reiteradamente as acusações.
Os protestos contra Ortega começaram no dia 18 de abril,
em razão de uma reforma da previdência que finalmente foi cancelada, e se
tornaram uma campanha dos que pedem a renúncia do presidente, depois de 11 anos
no poder, com acusações de abuso e corrupção.
A vice-presidente e primeira-dama da Nicarágua, Rosario
Murillo, disse na sexta-feira que os opositores se mataram durante os protestos
para responsabilizar o governo de Ortega. "Eles mesmos tiraram suas vidas
para culpar o governo", afirmou ela em mensagem por meio de veículos de
imprensa oficiais, exaltando "o trabalho pela paz da Polícia
Nacional".
Rosario afirmou que, após três meses do início da crise,
"a culpa por essas mortes recai sobre o golpe terrorista e criminoso na
Nicarágua". Ela observou que "o povo está indignado", no
entanto, afirmou que o governo não guarda "ódio ou desejo de
vingança" contra os responsáveis pela violência, que atribuiu aos
"golpistas". "Sabemos que existem instituições que farão justiça
a todas as vítimas do terrorismo golpista. Sabemos que há instituições que serão
capazes de reconhecer os crimes daqueles que causaram tanta dor, tanta morte,
tanto sofrimento, tantos crimes aberrantes, diabólicos em nossa Nicarágua, e
confiamos na justiça", afirmou Rosario.
Canalhas!!!
ResponderExcluir"Eles mesmos tiraram suas vidas para culpar o governo" KKKKKKKKKKKK
ResponderExcluirEssa é a esquerda.
ResponderExcluir