A
asserção do título acima pode ser encontrada na estrofe 138 do canto 3º de
"Os Lusíadas", de Camões (1524-1579). Nos líricos sentimentos do
poeta, aquela épica narração envolve acontecimentos enaltecidos pela grandeza
histórica, heroica e nacional. Celebra, com realismo descritivo, fatos
patrióticos, batalhas vencidas; o fascinante calor das altas cortes e as
virtudes dos governantes e da lusitana gente – que parece nascer e gravitar, a
vida inteira, em torno de um poder eminente, singular e qualificado; de um ente
notável, que põe e dispõe, que a tudo provê, como se fora uma inesgotável fonte
do poder: o sólido Estado português.
Depois
Antero de Quental, no século 19, mostrou razões históricas para explicar o modo
de pensar e o de agir das sociedades ibéricas. Acontecimentos distantes, diz,
iriam impregnar o comportamento social dos povos português e do além-mar. E não
se lhe escapou dizer que junto à conduta autoritária do governo, neles
"persiste a inércia política das populações, a necessidade, e o gosto que
as governem".
Aqui
um pouco de luz na discussão sobre os conflitos e as contradições por que passa
o Estado e a sociedade brasileiros. Não não se trata de considerar a fatalidade
de um determinismo histórico na trajetória dos povos em questão. Entretanto, o
que se observa, no caso brasileiro, é a existência de um descompasso entre as
instituições estatais, sem que se vislumbre alguma harmonia patrocinada por
arte e engenho políticos.
Aqui
se chega ao núcleo da questão: a realidade social brasileira vem se modificando
com maior rapidez do que as instituições estatais – e os governos vêm se
mostrando incapazes de formular e executar planos exequíveis para o
desenvolvimento e o progresso exigidos por uma sociedade que deseja se
modernizar.
Ainda
diante desse contexto, o que se observa hoje é uma sociedade à espera de um
governo que a governe. Um governo forte. É sua origem histórica que fala alto.
E nesse caso é bom escutar e refletir.
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PREFEITO de Porto Alegre?
ResponderExcluirNasci e vivia em Porto Alegre e não recordo de tal ELEIÇÃO Polibio.