Uma fórmula matemática associada ao registro "12.422" e "Prédio IL", referência a prédio Instituto Lula, encontrada na contabilidade da conta corrente de propinas da Odebrecht com o PT, a "Planilha Italiano", ajudou peritos e técnicos da Operação Lava Jato, em Curitiba, a demonstrarem à Justiça que a compra do apartamento 121 do Edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP), vizinho ao do Luiz Inácio Lula da Silva, em nome de um "laranja", teria envolvido dinheiro da máquina de fazer propinas da empreiteira.
A equação ((3* 1057)+ 8217 + 1034) = 12.422 estava nos arquivos cifrados do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht - que fechou delação e leniência na Lava Jato em janeiro 2017. Era estava no mesmo registro de valores do "Amigo", codinome de Lula.
O ex-presidente é réu em processo que deve ser julgado ainda este ano pelo juiz federal Sérgio Moro, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do 121 do Hill House e do terreno do Instituto Lula. Supostamente comprados em nome de laranjas, os imóveis ocultariam repasse de R$ 12,4 milhões de propinas da Odebrecht. O petista foi condenado por Moro a 9 anos e seis meses de prisão em processo do caso triplex do Guarujá (SP), que teria propina da OAS, em 12 de junho.
A fórmula estava em um dos itens da conta "Italiano", que chegou a ter R$ 300 milhões à disposição de Lula e do PT. O próprio "Italiano", o ex-ministro Antonio Palocci, e o empresário e delator Marcelo Odebrecht, confessaram o acerto da "conta corrente". Decifrar a fórmula foi fundamental para a Lava Jato relacionar o apartamento ocupado por Lula à corrupção. Ela registra, segundo a denúncia, os gastos da empreiteira com as compras e os custos de operação.
Oculta na versão impressa da planilha, a equação estava gravada no arquivo original em programa de computador. Ela é composta por três vetores, que somados chegam aos "12.422", que seriam equivalentes aos R$ 12,4 milhões. Os peritos isolaram as partes para mostrar a conexão dos dois negócios, chamados por Palocci de "presentes" a Lula.
O material, contido em laudos e relatórios de análises da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita, serviu para procuradores da Lava Jato montarem um diagrama com o caminho do dinheiro, relacionado aos três componentes da fórmula matemática, na denúncia do caso "Prédio IL".
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