Artigo, Gilberto Simões Pires, Ponto Crítico - A hora da refundação


Ao longo desses mais de 16 anos de existência do Ponto Critico, como os leitores que me acompanham são testemunhas, o que mais fiz foi defender, aberta e claramente, as inúmeras REFORMAS que levariam o nosso empobrecido Brasil  ao crescimento e desenvolvimento sustentável.

Entretanto, na medida em que as FINANÇAS PÚBLICAS foram se agravando (desde muito tempo só registram DÉFICITS sempre crescentes), o meu convencimento mudou por completo. Hoje, face ao estrago promovido pelos DIREITOS ADQUIRIDOS, a realização das  REFORMAS não levam à SOLUÇÃO dos nossos problemas. O máximo que elas podem proporcionar é  apenas  uma MELHORA. A cura, não tem como acontecer. 

Para que os leitores entendam as razões que me levaram  acreditar que REFORMAS já não resolvem,  mas apenas proporcionam uma melhora dos problemas, basta que comparem o nosso empobrecido Brasil, assim como muitos Estados e Municípios, com prédios velhos e abandonados, cheios de infiltrações, que por muito tempo ficaram sem receber qualquer manutenção. 

Ora, uma vez constatado, tecnicamente, que as estruturas estão profundamente abaladas e condenadas, sem a mínima possibilidade de garantir a cada dia o mais elevado CUSTO DOS DIREITOS ADQUIRIDOS, o correto é botar tudo abaixo e partir para uma nova construção, ou seja, promover uma efetiva REFUNDAÇÃO. 

Vejam, por exemplo, o caso da PREVIDÊNCIA. Mesmo que fosse possível a aprovação de medidas drásticas e radicais, com o propósito de acabar de vez com o DÉFICIT que as DUAS PREVIDÊNCIAS (uma, do privilegiado setor público; outra, do miserável setor privado), as LEIS PÉTREAS não eliminariam os nojentos PRIVILÉGIOS ADQUIRIDOS. Tais DIREITOS simplesmente estão blindados, ou seja, NENHUM GOVERNANTE TEM O PODER DE MUDAR. 

Como estamos condenados a conviver com o MONSTRENGO DOS DIREITOS ADQUIRIDOS, tudo que pode acontecer com uma eventual, porém nunca garantida, REFORMA DA PREVIDÊNCIA, o máximo que podemos obter é uma MELHORA NAS CONTAS PÚBLICAS. A solução, infelizmente, já está totalmente fora de cogitação. 

Mais: o TUMOR MALIGNO, atestado pela biópsia do brutal (e crescente) DÉFICIT FISCAL das CONTAS PÚBLICAS do Brasil e de vários Estados e Municípios, ganha maior tamanho e peso com o paquidérmico ROMBO DA PREVIDÊNCIA. Só por aí fica evidente que só a REFUNDAÇÃO pode produzir a cura. Se bem feita, certamente!


Um comentário:

  1. Esta REFUNDAÇÃO somente será possível com a convocação de uma CONSTITUINTE EXCLUSIVA, após as eleições de 2018, com eleição pelo VOTO MAJORITÁRIO de representantes que se dediquem exclusivamente a isto e redijam um novo Contrato Social para a sociedade brasileira, a valer para o mandato seguinte.

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