O lulopetismo, ao mesmo tempo que vendia um paraíso aos
pobres, deixava de implantar políticas consistentes de redução das
desigualdades
Os dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2018, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram o aumento
do número de brasileiros abaixo da linha da pobreza, mesmo com o fim da
recessão, é mais um triste e revoltante retrato do engodo que foram os governos
do PT, tanto do ponto de vista econômico como social. Os mais de 2 milhões de
brasileiros colocados na rua da amargura em 2017 são outra contribuição do
lulopetismo para o desastre em que ele mergulhou o País. Com isso o governo de
Michel Temer nada teve a ver, embora essa realidade se tenha mostrado durante
seu governo, pois quando ele assumiu a Presidência o absurdo já estava montado.
Os brasileiros situados abaixo da linha da pobreza fixada
pelo Banco Mundial eram 54,8 milhões em 2017 - os últimos dados disponíveis -,
para 52,8 milhões em 2016, um crescimento de quase 4%. O número representa
26,5% da população do País, que era estimada em 207 milhões em 2017. Quanto à
população em situação de pobreza extrema, cresceu 1,7 milhão em 2017. Em 2017,
eram 15,2 milhões de pessoas (7,4% da população) nessa condição, para 13,5
milhões em 2016 (6,6% da população). São números dramáticos. Só agora, se a
economia continuar a se recuperar, como está fazendo, ainda que timidamente, se
poderá abrir uma janela de esperança para os deixados na mão pela demagogia do
lulopetismo “pai dos pobres”.
Também na distribuição desigual da riqueza nada mudou.
Considerando a renda total domiciliar por pessoa, o Índice de Gini aumentou de
0,546 em 2016 para 0,549 em 2017. Esse índice aponta maior desigualdade quanto
mais fica perto de 1. O mesmo se dá entre as regiões do País. Os extremos não
mudaram. O Maranhão continua sendo o Estado mais pobre, com rendimento médio
domiciliar por pessoa de R$ 710, menos da metade da renda nacional, de R$ 1.511
em 2017. Ali 54,1% vivem com menos de R$ 406 mensais. E o Estado mais rico é
ainda Santa Catarina, onde mora população de 6,9 milhões de pessoas, a mesma do
Maranhão. Somente 8,5% dos catarinenses vivem com menos de R$ 406 mensais.
A pobreza e a extrema pobreza não estão nem mesmo como o
lulopetismo as encontrou. Elas pioraram, por pessoal e domicílio e por região.
O chefão petista nunca se cansou - para repetir uma de suas expressões
favoritas - de dizer que “este país nunca será o mesmo”. Acertou. O País ficou
pior, durante os governos petistas, como mostram os números, sempre
implacáveis.
André Simões, um dos coordenadores da pesquisa do IBGE,
chama a atenção para verdades simples, mas importantes: o crescimento da
pobreza, em momentos de crise, mostra a importância das políticas sociais com
foco em redistribuição de renda, mercado de trabalho e crescimento econômico.
E, claro, também de políticas de transparência.
O lulopetismo, ao mesmo tempo que vendia um paraíso aos
pobres, deixava de implantar políticas consistentes de redução das
desigualdades. O Bolsa Família, a grande política “social” do PT, serviu apenas
para aplacar provisoriamente a fome de alguns milhões - não de tantos quanto
alardearam -, ou seja, foi uma simples e típica dádiva do mais deslavado
populismo, que acabou por constituir um enorme curral eleitoral. Nunca serviu
para tirar ninguém da pobreza, porque para isso não preparou seus beneficiários
com cursos de formação profissional, dando-lhes condições de ingressar no
mercado de trabalho e libertando-os da tutela do Estado. Na primeira crise
séria, o castelo de cartas ruiu.
E essa crise foi também uma contribuição do PT. Dessa
vez, especificamente da presidente cassada Dilma Rousseff. Foram seus desastrosos
erros econômicos e administrativos que mergulharam o País numa das piores
recessões de sua história, com mais de 12 milhões de desempregados. Como
esperar outro resultado disso senão o aumento da pobreza e da pobreza extrema,
postas a nu pelo estudo do IBGE, quando essa situação combina perfeitamente com
o ilusionismo do Bolsa Família?
Populismo é a receita ideal para ganhar voto e deteriorar uma nação. A Argentina, que já teve renda per capita maior que a americana, hoje vive dependurada em dívidas, vítima de mais de setenta anos de populismo.
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