o As últimas informações sobre a pandemia – e seus impactos econômicos – têm se mostrado compatíveis com o nosso cenário base, por isso mantivemos inalteradas quase todas as nossas projeções.
o O pior momento para a atividade doméstica parece ter ficado para trás. A readequação de vários modelos de negócios em conjunto às medidas emergenciais parecem estar contribuindo para uma recuperação mais rápida, como visto nos indicadores de maio e junho. Com isso, mantemos nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano.
o Destacamos o rápido ajuste das contas externas à depreciação cambial e à queda do PIB, o que nos faz manter a expectativa de que a taxa de câmbio encerrará o ano em R$/US$ 5,1, sob a hipótese adicional de manutenção e viabilidade do teto dos gastos.
o A inflação deve encerrar o ano em 1,7%, 0,20 p.p. acima de nossa previsão anterior, com alta de preços de combustíveis, ainda com núcleos indicando tendência confortável para o médio prazo.
o Nesse cenário, esperamos manutenção da taxa de juros em 2,25% até o final do ano. Do ponto de vista estritamente do modelo de inflação, há espaço adicional para cortes de juros. Mas o balanço de riscos recomenda cautela nas próximas decisões, dado o nível da taxa de juros, o elevado grau de incertezas e sinais incipientes de melhora da atividade.
A despeito de incertezas quanto a uma segunda onda de contágio, a retomada da atividade global tem sido positiva
o A reabertura das economias tem sustentado a retomada da atividade global. A sinalização mais favorável dada pelos indicadores de alta frequência e de confiança tem sido confirmada pelos dados já conhecidos para maio. Nas últimas semanas, contudo, o fluxo de dados mais positivo tem contrastado com o aumento das preocupações quanto a uma possível segunda onda de contágio de Covid-19.
o Ainda estamos em uma janela de observação em relação à evolução de novos casos de Covid-19, à medida que diversos países retomam suas atividades. Ao relaxar as medidas de distanciamento social, notícias de novas ondas de casos começaram a chamar atenção. No entanto, até agora, essa ampliação de casos diários tem sido localizada, com medidas de restrição bem contidas, sem levar a um colapso do sistema de saúde nesses países.
o Continuamos, assim, com uma incerteza elevada no cenário, inerente à própria pandemia. Entendemos que uma retomada em dois estágios seja o cenário mais razoável, enquanto não tivermos uma vacina ou tratamento eficazes para o Covid-19. Estamos vivendo a primeira fase com uma recuperação em “V”. Mas, ao longo do segundo semestre, o ritmo da atividade poderá perder intensidade, levando em conta diversas restrições.
o Houve uma perda expressiva de nível de PIB, que não será recomposto rapidamente. Teremos provavelmente a mais intensa, porém mais rápida, recessão das últimas décadas. Isso implica uma retração do PIB global de 4% neste ano e crescimento de 5% no ano que vem – projeções mantidas em relação ao que esperávamos no mês passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário