Artigo, especial par domingo - Governadores no muro da covardia

Este artigo é do "Observatório Brasil Soberano".

No tabuleiro da política brasileira, poucas táticas são tão transparentes e, ao mesmo tempo, tão recorrentes quanto a hesitação calculada. Em um mo mento de profunda polarização e crise institucional, a nação observa com particular atenção à movimentação de uma nova leva de líderes autointi tulados de centro-direita, governadores que alimentam a ambição de voos mais altos em 2026. No entanto, sua postura diante dos desafios mais agu dos do campo conservador revela uma estratégia de conveniência que pode ser confundida com covardia. 

O cenário é claro: esses governadores –Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Junior – sabem que para alcançar seus objetivos pre cisam do apoio do eleitorado bolsonarista, uma parcela da sociedade que representa uma força política inegável. Eles cortejam essa base, reconhecen do-a como fundamental para qualquer projeto eleitoral futuro. O paradoxo, porém, reside na recusa desses líderes em entrar na trincheira da defesa de Jair Bolsonaro e de sua família, que se intensifica, especialmente no âmbito internacional. 

É um jogo duplo que beira o cinismo. Nos bastidores, fala-se que a atuação de figuras como Eduardo Bolsonaro é vista com constrangimento e conside rada "equivocada". Mas, publicamente, a posição é de total omissão. Não é acidental, é o reflexo de um cálculo frio. Eles buscam descolar a imagem de sua liderança para o tal “centro democrático”, mas sem perder a fonte de vo tos daquele que, mesmo preso e incomunicável, arrasta multidões. Querem o apoio de Bolsonaro sem o ônus, a vitória sem o combate. 

A tática é arriscada. Uma liderança que se cala em um momento como esse é capaz de demonstrar a coragem necessária para tomar decisões difíceis? A covardia se manifesta de forma ainda mais clara quando a crítica seletiva é direcionada a adversários que já se encontram enfraquecidos. A artilharia é direcionada a Lula, o que é fácil e rende likes, enquanto se faz vistas grossas para os que detêm o poder real e abusam dele. A verdade é que a covardia, quando adotada como estratégia, é um buraco negro que engole qualquer aspiração de grandeza. Esses líderes parecem es tar parados no tempo, esperando que a vitória caia em seu colo por inércia ou pela simples ausência do nome Bolsonaro nas urnas. Eles se equilibram precariamente em cima do muro, acreditando que a neutralidade política pode ser um ativo. 

No final das contas, o que diferencia um líder de um mero político é a cora gem de assumir riscos e defender suas convicções, mesmo que isso custe popularidade no curto prazo. No jogo político, a vaidade é um motor podero so, mas a covardia é uma trava que, uma vez acionada, pode ser irreversível. No Brasil de hoje, não há mais espaço para quem está em cima do muro. E, como dizem por aí, o medo de perder tira a vontade de ganhar.

Um comentário:

  1. O Tarciso no primeiro dia falou e queimou a língua... Saiu de sua calçada atravessou a rua e foi pisar na casca de banana no outro lado...e daí em diante todos se calaram. ...... Mas assim deixando o cavalo passear arreado um aventureiro vai e salta em cima...sempre se tem aventureiros dispostoos a isso... Tarciso e um bom candidato a reeleição..e fraco demais no jogo político nacional...Quando aparecer algum que encare as hienas supremas de frente ganha o país...e ninguém segura......kkkkkk

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