PIB do segundo trimestre

A análise é da equipe de economistas do Bradesco, esta manhã:


Os dados mais fortes do varejo em abril levaram a uma atualização de nossa projeção do PIB do segundo trimestre deste ano, passando de uma retração de 0,4% para outra de 0,3%. De fato, os ajustes ainda em curso do mercado de trabalho seguem como importante vetor limitador de uma retomada mais forte da demanda. De todo modo, reconhecemos também que há outros fatores  ‒ como a desinflação dos preços de alimentos levando a um ganho real de renda, a melhora da confiança, a queda da taxa de juros, os resgates das contas inativas do FGTS, dentre outros ‒ que deverão favorecer a melhora do consumo, especialmente no curto prazo. As vendas reais do comércio varejista restrito¹ avançaram 1,0% entre março e fevereiro, descontados os efeitos sazonais, de acordo com a PMC divulgada ontem pelo IBGE. O resultado superou as nossas expectativas e as do mercado, que apontavam para retração de 0,7%, segundo coleta realizada pela Bloomberg. Na comparação interanual, as vendas subiram 1,9%, acumulando queda de 4,6% nos últimos doze meses. A receita nominal também apresentou desempenho positivo, com ganho de 1,3% ante março, na série com ajustes sazonais. Setorialmente, três dos oito segmentos pesquisados registraram expansão na margem em abril. As vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo subiram 0,9%, revertendo parcialmente a contração de 6,0% acumulada nos dois meses anteriores. Também merecem destaque o crescimento do comércio de tecidos, vestuário e calçados e de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, de 3,5% e 10,2%, respectivamente. O volume de vendas do comércio varejista ampliado, que considera os segmentos de veículos e materiais de construção, avançou 1,5% na margem, na série dessazonalizada. Ainda assim, as vendas de veículos e motos, partes e peças apresentaram modesto declínio de 0,3%  e as de material de construção recuaram 1,9% no período. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a atividade do comércio ampliado contraiu 0,4%. Esperamos que as vendas do varejo mostrem estabilidade em maio, indicando uma primeira tentativa de estabilização do consumo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário