O governo do Chile decretou na noite desta 6ª feira estado de emergência em Santiago, na tentativa de conter a escalada
nos protestos, iniciados contra o aumento no preço do metrô e que mergulharam a
capital no caos.
O decreto dá a 1 militar apontado pelo presidente
Sebastián Piñera a responsabilidade pela segurança na cidade e estabelece
restrições às liberdades de movimento e reunião durante 15 dias.
A radicalização dos protestos contra o aumento do preço
do bilhete do metrô de Santiago provocou, na 6ª feira (18.out.2019), 1 dia de
caos, com incêndios em vários pontos da cidade, saques e destruição.
A polícia não conseguiu conter os motins, e os bombeiros
tiveram que combater incêndios em várias estações de metrô, ônibus urbanos,
barricadas de rua e até na sede da companhia elétrica local.
“Diante dos ataques sérios e repetidos contra as estações
e instalações do metrô de Santiago, contra a ordem pública e a segurança
pública, declarei estado de emergência nas províncias de Santiago e Chacabuco,
e nos municípios de Puente Alto e San Bernardo, na região metropolitana”,
afirmou o presidente chileno.
Piñera apareceu diante da imprensa no Palácio de La
Moneda, sede do governo, e explicou que o objetivo desta medida é voltar a
recuperar a normalidade.
“O objetivo deste estado de emergência é muito simples,
mas muito profundo: garantir a ordem pública, a tranquilidade dos habitantes da
cidade de Santiago, proteger bens públicos e privados e, acima de tudo,
garantir os direitos de todos”, disse.
Entre a tarde e a noite, os protestos intensificaram-se
em Santiago. Em várias partes da cidade lojas foram saqueadas e estações de
metrô e ônibus de transporte público foram queimados.
“Nossos compatriotas foram seriamente afetados pela ação
de verdadeiros criminosos, que não respeitam nada ou ninguém, que estão
dispostos a destruir uma instituição tão necessária quanto o metrô e que também
não respeitam os direitos ou liberdades de seus compatriotas”, disse
Piñera
Piñera também confirmou a nomeação do general Javier
Iturriaga del Campo como chefe da defesa nacional durante o estado de
emergência.
O artigo 42 da Constituição chilena estabelece que, em
caso de estado de emergência devido a séria alteração da ordem
pública, “as respectivas áreas estarão sob a dependência imediata do chefe
da defesa nacional designado pelo presidente”.
Desde a última 2ª feira (15.ou.2019), milhares de
pessoas, especialmente estudantes do ensino médio e universitário, têm
protestado contra o aumento de 30 pesos no preço dos bilhetes de metrô,
decretado há duas semanas, para os atuais 830 pesos (equivalente a R$ 4,80) no
horário de pico. Desde 2010, não havia aumento nessa proporção (3,75%).
Eles foram em massa para as estações de metrô e forçaram
a entrada sem pagar, causando destruição e enfrentando a polícia. O metrô de
Santiago, que transporta diariamente quase 3 milhões de pessoas, fechou todas
as estações na 6ª feira (18.out.2019). Isso resulto em 1 colapso no sistema de
transporte da cidade.
Ao mesmo tempo, grupos mais radicais assumiram a frente
das manifestações, confrontaram diretamente os policiais e queimaram estações
de metrô e imóveis.
Segundo as primeiras informações, 19 estações de metrô e
16 ônibus urbanos foram danificados, e 180 pessoas foram presas.
O Metrô de Santiago é uma empresa privada, de propriedade
em parte do Estado chileno. O preço é fixado pelo chamado Painel de Peritos,
com base em vários indicadores, como inflação, custo dos fornecimentos para o
seu funcionamento e a taxa de câmbio, entre outros, e é aprovado pelo
Ministério dos Transportes.
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