Mesmo com queda no faturamento, 49% dos empreendedores pretendem manter o seu negócio
Dado é da pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae RS entre os dias 19 e 25 de abril
A terceira edição da pesquisa Monitoramento dos Pequenos Negócios na Crise, realizada pelo Sebrae RS entre os dias 19 e 25 de abril, trouxe um dado alentador em meio a um cenário ainda muito negativo: mesmo com queda no faturamento, 49% dos empreendedores afirmam que irão manter o seu negócio, um aumento de 11 pontos percentuais em relação à segunda pesquisa (de 12 a 18 de abril), em que o índice chegava a 38%.
“Os dados mostram que os empresários estão buscando manter, reposicionar ou até mesmo reduzir o tamanho dos seus negócios, não mais aparecendo como opção o encerramento das atividades, fato que, em meio a um cenário ainda bastante negativo, é um sinal alentador em relação às suas expectativas”, destaca o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy.
Ainda assim, depois de mais de um mês de restrições de circulação e de funcionamento das empresas, a percepção de dificuldade dos empreendedores aumentou nesta semana em relação às semanas anteriores, sendo que 77% dos negócios continuam afetados negativamente pela crise, 16% positivamente e apenas 7% não está sendo afetado. Dos que estão sendo afetados, o faturamento segue como principal problema apontado por 89% dos empreendedores que responderam a pesquisa, mantendo praticamente os mesmos índices das semanas anteriores, que eram de 89% (1ª semana) e 86% (2ª semana).
Foi o que aconteceu com a Esperienza Bistrot Restaurante, de Gramado. A empresa teve uma drástica redução no faturamento, que chegou a 90%. Com isso, foi preciso analisar o cenário e tomar algumas medidas importantes para amenizar a crise: o modelo de negócio foi adaptado, priorizando o delivery; promoções específicas para moradores foram criadas, o quadro de funcionários precisou ser reduzido pela metade, de seis para três. Para adequar as finanças de curto prazo, foi preciso negociar também algumas linhas de crédito, que migraram o endividamento para linhas de longo prazo, com carência maiores.
"Alguns fornecedores prorrogaram o prazo, conseguimos renegociar o aluguel e congelamos os reajustes, mas ainda bem que temos um bom fluxo de caixa, o que nos ajudou a nos manter nesse período mais delicado economicamente. Nosso maior desafio foi conseguir enxergar o que fazer”, comenta o proprietário da Esperienza Bistrot Restaurante, Bruno Oliveira Silva.
Maior necessidade de capital de giro
Os recursos financeiros estão se tornando escassos em razão da baixa atividade, e as ações tomadas pelos empreendedores neste contexto estão focadas na busca de recursos para pagamento das despesas imediatas, como foi o caso da Esperienza Bistrot Restaurante. A pesquisa do Sebrae RS mostra que a busca por financiamento era de 13% na 1ª semana e passou para 21% na 3ª semana. Dentre as necessidades identificadas neste monitoramento, observa-se um crescimento expressivo no item capital de giro, passando de 50% (primeira semana) para 66% (neste último levantamento).
A média de pessoas ocupadas que era de sete (7) na primeira semana, com uma pequena diferença maior na segunda, na terceira semana caiu para seis (6) por empresa, o que demonstra a característica de preservação do pessoal ocupado.
Sobre o estudo
O levantamento é feito semanalmente a partir de entrevistas com clientes que tiveram relacionamento com a Organização durante o período. O objetivo é orientar e redirecionar a atuação do Sebrae RS para ofertar produtos e serviços apontados como mais necessários pelos empreendedores.
Impacto nos pequenos negócios
Negócios afetados
• 77 % negativamente
• 16% positivamente
• 7% não está sendo afetado
Faturamento
• 89% diminuiu
• 10% permaneceu igual
• 1% aumentou
Perda no faturamento
• 64% maior do que 50%
• 9% de 41 a 50%
• 7% de 31 a 40%
• 9% de 21 a 30%
• 4,5% de 11 a 20%
• 3% de 6 a 10%
• 1% até 5%
Sobre o negócio
• 49% pretende manter
• 23 % reposicionar
• 0% encerrar
Média de pessoas ocupadas
• 7 na primeira semana
• 8 na segunda semana
• 6 na terceira semana
Ações em decorrência da crise
• 21% financiamento para despesas imediatas
• 23% renegociou financiamentos existentes
Necessidades
• 66% capital de giro
• 27% carência para pagamento de fornecedores
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