Advogado
Os
que exercem os poderes de estado, em todos os níveis de representação -
ocupantes de cargos em comissão, vereadores, secretários, prefeitos, deputados,
governadores, senadores, e o próprio presidente da república, expõem
publicamente seus cargos e suas pessoas.
Quando são
criticados e investigados os seus atos, a exposição pública se dá através dos
meios de comunicação, comumente. Nos últimos anos, porém, também por intermédio
das ações dos órgãos policiais e de justiça.
Essa exposição se torna ainda mais acentuada quando há envolvimento e acusação
de atos de corrupção e irregularidades de gestão. Logo, quando ocorrem estes
eventos negativos os acusados reclamam e alegam perseguição. É o direito de
espernear!
Os
atuais níveis de desconfiança produziram um cidadão mais interessado e
vigilante, e que tem o dever e direito de imiscuir-se nas atividades dos
políticos. A qualquer tempo os mandantes (cidadãos) podem verificar, averiguar
e questionar as condutas dos mandatários (político e servidor público).
Então, pergunta-se: há exageros de parte da população e da imprensa nas
críticas e na divulgação dos atos duvidosos e suspeitos de nossos
representantes políticos?
Este assunto não é novo. Inclusive, desde sempre, é objeto de recurso às cortes
judiciais. Tanto de parte da sociedade lesada, quanto do “ofendido” pelo povo e
a imprensa.
Na
Suprema Corte dos Estados Unidos, onde são comuns os processos e as demandas
judiciais acerca de imagem e ofensa pessoais, ficou firmada a seguinte tese:
"Algum grau de abuso é inseparável do devido uso de qualquer objeto e, em
nenhum caso, isso é mais verdadeiro que no caso da imprensa”.
No
mesmo sentido, o professor e historiador inglês John Dalberg (1834-1902),
conhecido como Lord Acton, já dissera antes: "Não há pior heresia que a de
crer que o poder santifica quem o tem".
Talvez você
não saiba quem é Lord Acton, mas conhece sua frase mais famosa: “Opolibioe!”.
Às
vezes, pode ser ingrata e injusta a submissão política a estes critérios e
julgamentos. Porém, ocorre que o sujeito buscou o poder por que assim o quis.
Por vontade pessoal. Ninguém o obrigou.
Esse procedimento quase inquisitivo é bom para o funcionamento do sistema
representativo e republicano. Melhor que o comportamento daqueles que deixam de
tomar uma atitude porque "as coisas sempre foram assim!”.
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