Grêmio em novo estilo

Por Facundo Cerúleo

No domingo à noite houve, para o Grêmio, a segunda rodada do Gauchão e 

a primeira partida na Arena. O adversário era o Caxias, equipe limitada. Não 

dá para dizer que foi um teste para o potencial do time tricolor. Não se pode 

ter uma ideia conclusiva apenas a partir de um evento. Mas em cada partida 

sempre há o que observar. E o que se viu é promissor.

A equipe já mostrou organização! Quando o trabalho tem qualidade, os 

efeitos aparecem em qualquer jogo, seja com o Real Madri, seja com um 

timeco da 2ª divisão do Amapá. Mais do que o resultado concreto do jogo, é 

preciso observar como as coisas são executadas independentemente das 

dificuldades que o adversário impõe.

A realidade é inegável: há vários anos não se via um Grêmio organizado, 

com articulação entre os setores da equipe, um sistema defensivo 

minimamente treinado. Por vários anos, o Grêmio era só um grupo de 11 que 

tinha de correr em campo. No domingo, porém, era outro, organizado, 

treinado, com ações conscientes. Ou seja, não era um grupo, era um corpo. 

Acabou o "estilo vamo-vamo".

Gustavo Quinteros, o novo treinador, mostrou que conhece futebol, 

escalando e mudando (substituindo) com critério. Ou seja, não é um 

improvisador.

Pode-se afirmar com toda segurança que, depois de muitos anos de 

picaretagem, há um profissional na casamata. Eu ainda não sei se Gustavo 

Quinteros é um técnico extraordinário ou apenas razoável. Mas é 

profissional! Nesse quesito, o Grêmio está incomparavelmente melhor do 

que nos últimos anos. É óbvio que esses aspectos só podem ser analisados 

com a cabeça, não com a paixão.

Agora um dos aspectos mais gritantes! Depois de ver a intensidade do time 

na 1ª etapa, todo mundo esperava um Grêmio prostrado no 2º tempo, porque 

o Caxias vem treinando há dois meses enquanto o Grêmio começou há 

poucas semanas. Vejam lá! O Grêmio correu os 90 minutos! Quase não 

deixou o Caxias respirar! Claro! O Grêmio trouxe de volta Rogerinho, o 

preparador físico "top" que jamais deveria ter saído do clube. Gritante! Os 

monetizados da imprensa fingem não dar-se conta, mas Rogerinho foi 

mandado embora pelo Sr. Portaluppi, guindado a dono do clube por Romildo 

Bolzan. Percebem o rastro de destruição que Renato Portaluppi deixou atrás 

de si?

Muitas vezes, esta coluna apontou que o time do Grêmio parecia uma equipe 

de idosos por efeito da desastrosa preparação física. Acabou! Acabou! Com 

o retorno de Rogerinho, a preparação física é "top". Uma das mais 

promissoras notícias do ano!

Talvez o Grêmio, reduzido a clube regional nos últimos tempos, jamais se 

eleve ao patamar do qual esteve muito próximo - aliás, no qual, em tempos 

distantes, já transitou - exatamente porque as últimas administrações vêm 

agindo mais por simpatia (para dizer o mínimo) do que por critérios 

racionais.

Pela centésima vez vou dizer: o Grêmio jogou no lixo o título de campeão 

brasileiro em 2023. Bastaria uma burrice a menos, entre muitas que o técnico 

da época cometeu, e o Grêmio seria campeão, o que o colocaria hoje noutro 

patamar. (Todo mundo lembra a campanha ridícula e o risco de rebaixamento 

em 2024.)

Não é por nada que reiteradas vezes tenho afirmado que nossos clubes são 

tratados com o mesmo desleixo e mesmo oportunismo que as empresas 

estatais. Ainda voltarei a isso.

Mas, neste começo de 2025, a direção do Grêmio, acidentalmente ou não, 

acertou, contratou um profissional para treinar a equipe e "repatriou" um dos 

melhores (talvez o melhor) preparador físico do Brasil. Mas a direção ainda 

tem tempo de se arrepender e voltar atrás... Espero que não.

Curiosidade... O repórter Eduardo Gabardo já sentenciou: "Renato 

[Portaluppi] um dia ainda vai voltar pro Grêmio." O autor dessa pérola é um 

dos mais equilibrados entre o pessoalzinho da crônica. Imaginem os outros!

Curiosidade 2: Edenílson, qualificado volante, que Portaluppi insistia em 

escalar na ponta, foi destaque contra o Caxias. É melhor nem comentar... 

Apenas isto: acabou o "vamo-vamo".

Em suma, a torcida viu no domingo um time que jogou 90 minutos com 

alegria! Alegria! Além da organização, das ações conscientes, havia alegria, 

clima favorável à autossuperação de cada atleta

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