Nada será como antes. O furacão eleitoral levou o telhado
e as paredes da casa que abrigava a política brasileira há três décadas. “O
sistema partidário que nós conhecíamos morreu no aniversário de 30 anos da
Constituição”, resume o cientista político Jairo Nicolau. Ele é um dos
estudiosos que tentam entender as mudanças decretadas pela urna.
O eleitor resolveu apressar a morte do doente. Despejou o
presidente do Senado, desempregou o líder de todos os governos e humilhou
oligarquias que não desgrudavam do poder, como o clã Sarney. No Rio, deu uma
surra nos filhos de Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Jorge Picciani e Roberto
Jefferson. E um ex-juiz desconhecido até a semana passada virou favorito para
conquistar o governo do estado.
RETROCESSO – Ao mesmo tempo, a eleição premiou o
ultraconservadorismo, o discurso truculento e o fundamentalismo religioso. A
bancada da bala engordou e promete ficar mais estridente. No Rio, o campeão de
votos para a Câmara foi um subtenente do Exército que tomou emprestado o
sobrenome Bolsonaro. Há dois anos, ele tentou se eleger vereador em Nova
Iguaçu. Teve míseros 480 votos. Agora recebeu mais de 345 mil na garupa do
capitão.
“Uma taxa de renovação alta não garante um Congresso
melhor”, lembra o professor Jairo Nicolau. Ele também prevê dificuldades para a
formação de maioria, seja quem for o presidente eleito. A Câmara já estava
dividida entre 25 partidos. Agora terá 30, uma fragmentação sem paralelo no
mundo.
EXAUSTÃO – O ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, cujo partido sofreu um tombo histórico, concorda com o diagnóstico. “O
sistema que nós montamos em 1988 está se exaurindo. Não sabemos ainda para que
lado vai”, diz o tucano, que prevê “tempos de agitação” pela frente.
“A mudança na sociedade é muito rápida, e as instituições
não correspondem mais às demandas das pessoas. Estamos virando uma página. O
PSDB faz parte desta página. O que vai acontecer, eu não sei”, admite FH.
ESSE BERNARDO FRANCO É O COMUNISTA MAL EDUCADO QUE LEVOU UMA SURRA DO MITO!
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