Falta engavetar o próprio inquérito, causa de desunião no
STF, e de incômodo generalizado, porque a decisão de instaurá-lo, a partir da
divulgação de notícia pelos veículos sobre citação de Toffoli na Lava-Jato,
ficou contaminada pela interpretação de que se tratava de um ato do presidente
da Corte em sua própria defesa.
A saída encontrada por Moraes, para justificar a
suspensão da censura, foi que, ao contrário do que ele supunha, existia mesmo
nos autos da Lava-Jato, na delação de Marcelo Odebrecht, a informação de que o
empreiteiro, em e-mails internos, chamava o ainda Advogado-Geral da União de “o
amigo do amigo do meu pai” (Lula era muito próximo a Emílio Odebrecht).
Mas, mesmo que houvesse dúvida sobre a existência de
documento com a menção a Toffoli, a censura era incabível, pelas razões
expostas pelos outros ministros.
O recuo do STF, portanto, é bem-vindo e evita uma crise
institucional ainda maior, mas não é suficiente. Não só é preciso enterrar o
inquérito abusivo, que transforma o Supremo em investigador e juiz, como é
preciso punir Toffoli por seu ato inaceitável, inconstitucional e, segundo
juristas renomados, criminoso. O ministro, que sequer possui notório saber
jurídico para ocupar tal cargo, tem uma visão totalmente equivocada do seu
papel.
Toffoli resolveu se manifestar sobre o caos que produziu:
“A liberdade de expressão não pode servir à alimentação do ódio, da
intolerância, da desinformação. Essas situações representam a utilização
abusiva desse direito. Se permitimos que isso aconteça, estaremos colocando em
risco as próprias conquistas obtidas em 1988”, afirmou o presidente do STF.
É uma visão simplesmente absurda do que seja liberdade de
expressão e também o papel do STF. Com base nessa desculpa esfarrapada, o
ministro acha que pode atropelar as leis e adotar a censura prévia, ignorando o
devido processo legal. Conceitos vagos, interpretados por ele mesmo, serviriam
para se impor um regime opressor no país.
“É ofensa à instituição à medida que isso tudo foi algo
orquestrado para sair às vésperas do julgamento em segunda instância. De tal
sorte que isso tem um nome: obstrução de administração da Justiça”, disse ainda
o ex-advogado do PT. Reparem no grau de sua interpretação subjetiva: Toffoli
acha que sabe o que os responsáveis pela reportagem querem pelo timing de sua
publicação, ou seja, ele pune, como um tirano, a suposta intenção dos autores
da reportagem! Ele é clarividente, por acaso?
O editorial da Gazeta do Povo esta quinta foi direto ao
ponto: “A persistir a situação absurda que os dois ministros criaram, o
impeachment de Toffoli e Moraes estaria justificado e seria a solução
institucional adequada a ser conduzida de forma responsável pelas lideranças
políticas. A qualidade da democracia brasileira e a estabilidade do país não
dependem de o STF tornar-se intocável e seus ministros converterem-se deuses
inimputáveis”.
“Quem quer que pretenda derrubar a liberdade de uma nação
deve começar subjugando a liberdade de expressão”, alertou Benjamin Franklin,
um dos pais fundadores da América. “Onde quer que o despotismo abunde, as
fontes de informação pública são as primeiras a serem colocadas sob seu
controle. Onde quer que a causa da liberdade esteja caminhando, uma de suas
maiores realizações é a garantia da liberdade de imprensa”, explicou Calvin
Coolidge, um dos presidentes mais liberais da América.
Toffoli ainda declarou que, ao final do seu inquérito
ilegal, as pessoas reconhecerão que ele estava certo em abri-lo. Como ele pode
saber isso? Como ele sabe o que a investigação encontrará? É uma investigação
dirigida? Mais: seus “nobres” fins justificam quaisquer meios, ainda que ilegais?
Isso não fere o Estado de Direito? Ele, que é presidente da Corte Suprema,
deveria saber disso!
Ao lançar mão de conceitos vagos para suprimir a
liberdade de imprensa e adotar a censura, Toffoli ultrapassou qualquer limite
aceitável e precisa sofrer impeachment já. O Senado é responsável pela
aprovação da indicação de cada ministro do STF, e claramente cochilou no caso
de Toffoli. Mas se eles se comportam de forma inadequada, cabe ao Senado o
dever de proceder ao devido processo legal de processar e julgar os ministros
(Art.52-II da CF), bem como de proceder ao seu impeachment (Lei 1.079/50-Art.
2º), se for necessário. E, ao que tudo indica, nunca foi tão necessário!
Ao contrário do que muita gente ainda pensa, Orlando Gaisel, foi o grande defensor da volta à normalidade democrática, estabelecesndo, à época, um período, para a volta da DEMOCRACIA com a conhecida "...ampla geral e ....Hoje, ainda não coneguimos conviver com as desigualdades e, pior, tornou-se corriqueiro o assalto aos cofres públicos e o desamor à verdadeira DEMOCRACIA. Quero acreditar que hoje, o POVO está mais consciente de seu dever e de seus direitos ao se manifestar contra abusos, corrupção e inépcia!
ResponderExcluirAo contrário do que muita gente ainda pensa, Orlando Gaisel, foi o grande defensor da volta à normalidade democrática, estabelecesndo, à época, um período, para a volta da DEMOCRACIA com a conhecida "...ampla geral e ....Hoje, ainda não coneguimos conviver com as desigualdades e, pior, tornou-se corriqueiro o assalto aos cofres públicos e o desamor à verdadeira DEMOCRACIA. Quero acreditar que hoje, o POVO está mais consciente de seu dever e de seus direitos ao se manifestar contra abusos, corrupção e inépcia!
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