Artigo, Silvio Lopes - Idolatria safada

           Foi o historiador Capistrano de Abreu, cearense de Maranguape, quem cunhou a frase: " O Brasil só precisa de uma lei para resolver seus problemas: Artigo 1° e único: - "Todo brasileiro fica obrigado a ter vergonha na cara!" Não só os políticos- embora especialmente eles-, mas a população em geral. Somos um povo espalhado por este país gigante, que carece de uma identidade que nos associe aos padrões mínimos de decência, ética e moralidade. Não as temos, e salta aos olhos perceber isso, por onde se anda.


          Vivemos há quase meio século mergulhados na miséria intelectual de uma massa idiotizada e fiel ao lulopetismo, e nesse tempo todo( uma eternidade para um povo que vive infeliz e em precárias condições de vida, ante a riqueza natural disponível), o que presenciamos é que mergulhamos cada dia mais numa escuridão civilizatória, provavelmente difícil e incerta de um dia conseguirmos dela emergir. Sem danos irreversíveis...


        As vezes me questiono como pode uma população, ou parte considerável dela, teimar em ignorar a realidade que bate diariamente à sua porta. Como pode? Talvez os ensinamentos de Santo Agostinho joguem um pouco de luz na intrincada questão quando ele adverte: " Os olhos são inúteis quando a mente é cega". Cega por uma idolatria safada a um sujeito mais que safado e de sua ideologia da perversão humana e da devastação ética e moral da sociedade. Um vale tudo parece tomar de assalto essas consciências cheias de inconsciência coletiva.


Acabo de ler o livro " O homem mais rico da Babilônia", de George S. Clason. Obra prima em cima de uma civilização de 8 mil anos, onde a busca da prosperidade e o respeito aos valores morais e éticos prevaleciam. Não existiu cidade mais fascinante que a Babilônia. Seu nome evoca visões de riqueza e esplendor, embora fosse situada às margens do rio Eufrates, num vale extenso e árido.


         Nesse quadro, onde tudo era quase impossível de se fazer, a Babilônia  progrediu no deserto como exemplo notável  da capacidade humana de atingir grandes feitos, independente das circunstâncias prá lá de adversas.


         Fôssemos contar a história de um país que nunca deu certo e pouco indicativo há de um dia dar, certamente o nome desse livro seria: " O homem mais corrupto do Brasil". 


           Sabendo de quem se trata, naturalmente, nos assalta a perspectiva( inglória) de que algum dia possamos, senão doutrinar nosso povo para assumir postura decisória claramente ética e reta, ao menos para eleger líderes probos e compromissados com valores superiores, sem os quais jamais construiremos uma nação onde valha a pena viver.


Silvio Lopes, jornalista, economista e palestrante

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