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É claro que
fenômenos políticos possuem muitas causas, mas o problema com as armações
explanatórias condescendentes e
expiatórias é que elas dão as costas para as
motivações internas de ideologias exclusivistas, sejam ultrachauvinistas, como
o nazismo, milenaristas seculares, como o
comunismo ou teopolíticas, como o próprio islamismo salafista (da
palavra “predecessor”, em árabe). Esta linha de
argumentação indulgente, que os meios de comunicação de massa seguem à risca, é
aplicada para explicar o crescente terrorismo islâmico. Há décadas os palestinos estão
justificados a cometerem atrocidades contra judeus porque são vítimas do
"neocolonialismo" israelense. Não há, do ponto de vista da narrativa do ressentimento,
motivação intrínseca para os atos de terror. A doutrina do Islã jamais é
escrutinada ou exposta. O supremacismo e a intolerância que caracterizam as
correntes salafistas são subestimadas e, na grande maioria das vezes,
simplesmente escondidas pelo noticiário sobre chacinas cometidas por islâmicos.
A rotina é que se toque no assunto de forma genérica, de modo a tipificar
cautelarmente o islamismo como uma religião benevolente, a exemplo das demais,
e como se todas tivessem lá seus radicais que não as representam. No máximo, o
que circula pelos jornalões, CNNs e Redes Globo da
vida, pautados por este subtexto, são expressões de perplexidade quando
defrontados com as carnificinas cometidas por muçulmanos, sempre acompanhadas
do justificacionismo que coloca a culpa na vítima.
Na verdade, o ressentimento, que a grande mídia vê latente no
que ela chama de "Islã radical" é um meio de pregação do ódio ao
Ocidente, à sua cultura e aos seus valores. Não há - e esta constatação é definitiva-
compatibilidade entre o modo de vida do islamismo maximalista e o mundo ocidental. Ao longo de 1400 anos, o islamismo,
seguindo o exemplo de seu profeta Maomé, expandiu-se pela violência, pelo
Ocidente e Oriente. Conquistou , na época dos califas árabes, a Pérsia e os
domínios bizantinos no Oriente Médio e África, impondo aos conquistados a opção
da conversão em massa ou a morte. Chegaram até a Espanha que, em grande parte,
permaneceu sob domínio árabe por 800 anos. Além disso, espalhou-se militarmente pelo subcontinente indiano,
sempre arrasando as civilizações que o precederam, promovendo matanças e propagando a escravidão de hinduístas e
budistas. Somente no início do século XX, em
1924, após a derrota do Império Turco, aliado da
Alemanha e da Rússia na 1ª Guerra Mundial, com a consequente criação dos
estados árabes modernos e a secularização da Turquia conduzida por
Atartuk. é que a expansão do islamismo foi
contida.
As potências europeias dividiram e passaram a dominar
politicamente o espaço vital, o Daar al Islã, muçulmano. Foi no final da
segunda década do século XX, no entanto, que surgiu, no Egito, a Irmandade
Muçulmana, movimento integrista de massas, que apregoa a restauração do
califado unificado e a implantação da lei islâmica, a sharia, em toda orbe
muçulmana, que não é nada menos que o mundo inteiro. Apesar da
divisão entre xiitas e sunitas, determinada pela disputa pela sucessão
do profeta, a doutrina totalitária da Irmandade
Muçulmana foi adotada pelo Irã e sua sucursal libanesa, o Hezbollah, pelo
Afeganistão dos talibãs, pelo Hamas, pelo
ISIS e Al Quaeda. Essa doutrina atrai muçulmanos de todos os cantos do
planeta para uma guerra sagrada contra os infiéis, representados pelas nações
ocidentais.
Os princípios de tolerância às diferenças e de convivência
plural vigentes na sociedade ocidental, a separação entre teologia e política,
devem ser banidos primeiramente dos estados muçulmanos e, em seguida, dos
territórios a serem conquistados mediante a jihad, a guerra santa, que é obrigatória para todo “submisso” ao Corão. No pensamento salafista da doutrina da Irmandade
Muçulmana vale apenas a lei islâmica derivada do Corão, dos ditos de Maomé e do
código civil e penal fundamentado na palavra do profeta, o homem perfeito, a
quem todo o muçulmano deve imitar. As leis ocidentais, importadas do
Ocidente, devem ser abolidas e substituídas pela sharia. Alusões profanas ao profeta são punidas com a morte. O
nível de intimidação cultural produzido no Ocidente pelas proibições dos
muçulmanos já é muito elevado. São raríssimos aqueles que ousam referir-se ao
Maomé histórico como sendo não apenas o fundador de uma religião, mas como um
líder guerreiro implacável e cruel. Da mesma forma, os guetos islâmicos, que se
multiplicam pela Europa, dão prova cotidiana da inadaptabilidade dos muçulmanos
ao ethos secular e à convivência com a diversidade, típicos dos princípios
culturais e jurídicos do Ocidente, pelo menos desde o século XIX. Mais do que
tudo, as matanças praticadas pelos salafistas, os propagadores do Islã
autêntico, demonstram ser necessário descartar a abordagem politicamente
correta e permissiva com respeito às causas efetivas do terror
islâmico, antes que nos perpetuemos como reféns de
nossa própria fraqueza.
Raciocínio baseado em fatos históricos. Concordo contigo em gênero, número é grau.
ResponderExcluirParabéns pelo excelente texto.
Sérgio.
Raciocínio baseado em fatos históricos. Concordo contigo em gênero, número é grau.
ResponderExcluirParabéns pelo excelente texto.
Sérgio.