Formas e Reformas
Astor Wartchow
Advogado
Gostaria de ver
esta mesma mobilização e entusiasmo dos
contrários às reformas da previdência e trabalhista (aliás, atitude que assegurará sobrevida eleitoral a
muitos sindicalistas e políticos
moribundos) aplicado a outras questões de extrema relevância nacional.
Imagina: poderiam
ter impedido o saque e quebradeira da Petrobrás, do BNDES e as fraudes nos
fundos estatais de pensões.
Que falta fazem os
protestos contra os altíssimos e
constrangedores salários e mordomias de algumas ilhas do serviço público
nacional.
Por exemplo, por
quase dois anos os bem remunerados auditores fiscais da Receita Federal fizeram
"operação tartaruga" nos aeroportos, comprometendo o sistema de
armazenamento e liberação de cargas e negocios internacionais do Brasil. Ou
seja, desempregando pessoas e comprometendo empresas. Tudo impunemente e sem
alarde sindical e popular.
Quem sabe os hoje
atuantes contestadores das reformas venham a protestar contra os auxílios
financeiros pornográficos do poder judiciário, de vários legislativos e
tribunais de contas.
No nosso estado,
os sindicatos dos servidores públicos querem a manutenção do pagamento de
salários aos seus dirigentes sindicais (o governador Sartori quer eliminar este
privilégio). Mas se estão a serviço do seu sindicato (são dezenas de
servidores) não seria o caso do proprio sindicato pagar seus líderes?
Isto não é nada.
Tem até defensores de uma gráfica estatal. Uma gráfica estatal em pleno século
21 e no auge dos jornais, panfletos e documentos digitais?
Mais: tem
defensores também de uma emissora pública de rádio FM. Aliás, emissora de rádio
que qualquer adolescente monta e remonta na internet. Mais de uma e com
diferentes conteúdos.
Nunca vi estes
mesmos líderes sindicais e populares protestarem contra os fundos de pensão
complementar de estatais e órgãos públicos, cujos valores tem expressiva
parcela paga pelos cidadaos brasileiros.
Por que não defendem simplesmente que todos(!) os brasileiros tenham
como limite o teto do INSS?
Enfim, não faltam
temas relevantes que demandariam uma participação autêntica dos líderes
políticos e sindicais na defesa do povo brasileiro.
Se aqui estamos,
às vésperas de medidas duras e onerosas ao povo brasileiro e gaucho (sim, sei
que tem muita proposta governamental que precisa ser discutida e revista), se
deve muito, muito a omissão deliberada de sindicalistas, comprometidos com
bandeiras ideológicas mofadas e interesses pessoais.
Atitudes que
explicam a perpetuação de grupos sindicais. A maioria dos sindicatos são
verdadeiras "panelinhas". A defesa dos interesses do trabalhador
brasileiro é um objetivo secundário.
Por isso é que estou descrente do que deveria e poderia acontecer. Quando virarmos uma Venezuela a coisa vai ficar preta e daí reclamar pra quem? Um amigo, juiz aposentado do TRT, ganha 30 mil reais... É um dos 60% de inativos ganhando sem trabalhar. E as viúvas de desembagadores com penão integral? Pois se um morreu ( o dito), não deveria ganhar 50%? Não é não?Inveja!!!!!
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