NOTA PÚBLICA
‘‘ Devo-lhes dizer, pois, neste momento, que me sinto
podado nos meus ideais, limitado nas minhas funções, obrigado a distanciar-me
dos meus companheiros de partido. Tenho a terra, e me falta o arado; tenho
a pauta musical, e me falta o violino;possuo excelentes asas para voar, mas
tiraram-me o céu azul!’ ’
Contraditoriamente, vivo hoje o dia mais triste e o dia
mais feliz da minha vida política. Triste por me expulsarem da única agremiação
política a qual fui filiado e que ajudei a construir nos últimos 28 anos, e
feliz pelo sentimento do dever cumprido para com os meus 115.294 eleitores,
mesmo nos momentos mais difíceis.
Fui “julgado” em um processo de cartas marcadas. Antes
mesmo da votação do impeachment, o Sr. Carlos Lupi já havia decretado minha
expulsão pela mera intenção de eu votar favoravelmente ao impedimento da Sra.
Dilma Rousseff, tal qual se noticiou amplamente na imprensa. A decisão do
Diretório foi apenas homologatória, própria de um partido que tem dono.
Se fizeram isso com um deputado federal, que foi chefe de
Poder, com seis mandatos consecutivos, o que farão com os demais deputados,
prefeitos e vereadores pedetistas Brasil afora? Qual a segurança jurídica que
eles têm?
Meu “crime” foi o de insistir em representar meus
eleitores, que ante o mar de lama que se instaurou no país ansiavam por mudança
e pela responsabilização daquela que fora eleita para defender a população, mas
que acabou por perpetrar inúmeros crimes de lesa-pátria. Como compactuar com o
descontrole das finanças públicas e com o surto inflacionário, e com a carestia
e o desemprego por eles provocados? Como avalizar o estelionato eleitoral, a
obstrução à Justiça e a institucionalização da corrupção como uma forma de
governo e como um meio de perpetuação no poder?
Enfim, de acordo com os fatos e segundo minha consciência
votei pelo impedimento da presidente da República, com o forte sentido de estar
cumprindo o estatuto partidário, que em seu primeiro artigo estabelece como
compromissos básicos do PDT a defesa da integridade e do interesse nacional, e
a dignificação da função pública, sob a inspiração da moral e da ética,
com o objetivo de servir ao cidadão. Ademais, desafio quem quer que seja a
indicar uma só vez que eu tenha me manifestado ou votado em desacordo com as
diretrizes do programa partidário.
Fui, enfim, vítima de um covarde, que com interesses
inconfessáveis comanda o PDT com mão de ferro sem jamais se colocar sob o crivo
do voto popular, inarredavelmente divorciado da vontade das bases populares que
diz representar.
Para onde quer que eu vá fazer política, continuarei
trabalhista, pois tenho o exemplo do meu sempre líder Leonel Brizola a seguir.
Quando a ditadura lhe arrancou das mãos a sigla PTB, ele não se acovardou e
seguiu adiante, pois o trabalhismo é bem maior do que um partido: é um
patrimônio do trabalhador brasileiro.
Não há arrependimentos e nem rancores. Só a alegria de um
maravilhoso porvir. O vento tudo leva, e o tempo tudo apaga. Fica somente a
História, que certamente julgará aqueles que não ouviram as vozes das ruas.
Com a força da gente de bom coração e com a fé inabalável
em Deus continuaremos trabalhando pelo povo gaúcho e brasileiro.
Um enorme abraço a todos!
Deputado Federal GIOVANI CHERINI,
Coordenador da Bancada Gaúcha no Congresso.
Parabéns Giovanni sempre fui admiradora das tuas atitudes Acompanho a tua carreira política deste que comecaste (podes ser meu filho ) desde quando o PXT se tornou ditatorial fez algum conchavo com os partidos bolivianos do Brasil? Esperamos que o Lasier tenha a mesma homérica de tua. Continua na tua luta que só das orgulho para os gaúchos.
ResponderExcluir