POR LUCIANO HENRIQUE
O site Blog da Politica Brasileira faz uma
análise muito interessante a respeito das “indecisões quanto ao impeachment,
expondo como o cenário é ainda mais desfavorável a Dilma do quando ela foi
afastada. A reversão no quadro é considerada pouco provável:
Pelos levantamentos feitos, haveria oito senadores que se
dizem indecisos. Destes, apenas um havia votado contra a denúncia na votação
anterior. Entre os demais, a possibilidade de mudança é de apenas um.Há de se
considerar também que entre os quatro senadores que não votaram na primeira
fase, a tendência de todos é pró-impeachment, à exceção do presidente Renan
Calheiros, cujo voto será uma incógnita até a véspera da votação final.
Portanto, a tendência é de aprovação apertada. Nesse
sentido, a votação em plenário da fase de pronúncia (instrução probatória,
antecede o julgamento final) será um teste muito importante para atualizar o
cenário. O resultado dessa votação dificilmente será alterado na deliberação
decisiva.
Veja a lista dos senadores indecisos, na sequência da
análise:
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Parlamentar de grande capacidade de formulação, com
eleitorado de opinião perfil intelectual. Apesar de ter sido favorável à
aceitação da denúncia (afastamento), perdeu apoio e pode mudar o voto em função
de pressão de setores mais críticos da mídia.
Romário (PSB-RJ)
O senador é pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro e
está de olho na repercussão de seu voto. Apesar de insatisfeito por estar sem
espaço no governo Temer e alegar ter sido preterido na disputa por cargos, deve
manter o voto favorável nas fases seguintes.
Antônio Carlos Valadares (PSB-SE)
Senador experiente e ponderado. Politicamente, sempre
esteve próximo ao PT. Porém, com o quadro de insustentabilidade de Dilma aderiu
ao afastamento. Tende a seguir a posição majoritária do PSB favorável ao
impeachment embora não seja um defensor do governo Temer.
Roberto Rocha (PSB-MA)
Senador de primeiro mandato, com atuação discreta na
Casa. Com carreira ascendente, sua meta o governo do Maranhão. Oriundo do PSDB,
não é muito alinhado ao grupo dilmista, do governador Flávio Dino), em seu
estado. Deve votar a favor do impeachment.
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Embora tenha votado pela admissibilidade em função do
cenário desfavorável a Dilma, tem relações pessoais com a petista. Porém, em
função de agravamento da situação de correligionários de Temer e com ameaça de
expulsão do PDT, já admitiu que pode mudar o voto.
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Ex-líder do governo e ex-ministro de Dilma, é um
parlamentar que almeja manter influência no cenário político. Não compareceu à
votação inicial. Apesar da proximidade com Dilma, deverá votar pela cassação
para fugir do isolamento no partido e no governo Temer.
Elmano Ferrer (PTB-PI)
Senador de primeiro mandato, muito ligado ao grupo
político que governa o Piauí, cujo núcleo é pró-Dilma. Apesar de seu partido
ter aderido a Michel Temer, ele votou contra o impeachment e deve manter a
posição no julgamento final.
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Ex-ministro da Pesca de Dilma, assumiu o mandato
recentemente na condição de suplente de Marcelo Crivella. Deve dizer sim ao
impeachment, seguindo a orientação nacional do seu partido – que ganhou o
Ministro do Desenvolvimento – e a posição de Crivella.
Mas como se diz no interior, cautela e caldo de galinha
nunca fizeram mal a ninguém. Temos que pressioná-los todos e cobrar compromisso
com o Brasil. Não queremos virar intencionalmente uma Venezuela. Esses
senadores devem estar cientes disso.
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