"Se você analisa as delações da JBS, as da Odebrecht
e as das demais empreiteiras, a conclusão é mais ou menos a seguinte:
O Brasil foi dividido entre cinco grandes quadrilhas nas
últimas duas décadas.
A maior e mais perigosa é a do PT. Era a mais
estruturada, mais agressiva, mais eficiente e com planos de perpetuação no
poder. Comandava a Petrobras, vários fundos de pensão e dividia o poder com as
quadrilhas do PMDB nos bancos públicos. Sua maior aliada econômica foi a
Odebrecht.
O chefão supremo era o Lula. Palocci e Mantega eram os
operadores econômicos, o Comando Vermelho da política: pra se manter na
presidência eram capazes de fazer o Diabo.
A segunda maior é a do PMDB da Câmara. Seus principais
chefões eram Temer e Eduardo Cunha. Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima, Moreira
Franco e Henrique Eduardo Alves eram os subchefes e Lúcio Funaro era o operador
financeiro. Mandavam no FI-FGTS, em diretorias da Caixa Econômica, em fundos de
pensão e no ministério da Agricultura. Por causa do controle desse último
órgão, tinha tanta influência na JBS. Era o maior filão dos políticos ou seja,
mais entranhada nos esquemas do poder tradicional e mais disposta a acordos e
partilhas.
A terceira é a do PMDB do Senado, o chefões são Renan
Calheiros e José Sarney.
Edison Lobão, Jader Barbalho e Eunício Oliveira também
são figuras de proa. Mandavam nas empresas da área de energia e tinham
influência nos fundos de pensão e empreiteiras que atuavam no setor. Vivem às
turras com a quadrilha do PMDB na Câmara, que era maior e mais organizada.
A quarta é o PSDB paulista.
Tinha grande independência das quadrilhas de PT e PMDB
porque o governo de São Paulo é terreno fértil em licitações e obras.
A empresa mais próxima do grupo era a Andrade Gutierrez,
mas também foi financiada por esquemas com Alstom e Odebrecht.
A quinta e última é o PSDB de Minas. Era uma quadrilha
paroquial, comandada por Aécio e Azeredo (até ser condenado) com raio de ação
mais restrito, mas ainda assim mandam em Furnas e usam a Cemig como operadora
de esquemas nacionais, como o consórcio da hidrelétrica do Rio Madeira.
Em torno dessas "big five" flutuavam bandos
menores, mas nem por isso menos agressivos em sua rapinagem como o PR, que dava
as cartas no setor de Transportes, o PSD do Kassab, que influenciava
ministérios poderosos como o das Cidades, o PP, que compartilhava a Petrobras
com o PT, e o consórcio PRB-Igreja Universal, que mantinha interesses na área
de Esportes.
Havia também os bandos estritamente regionais, que
atuavam com maior ou menor grau de independência em relação aos nacionais. O
PMDB do Rio com seu perigoso comandante Sérgio Cabral chegou a ser mais
poderoso que os grupos nacionais.
Fernando Pimentel comandando uma subquadrilha petista em
Minas.
O PT baiano também tinha voo próprio. Elas se diferenciam
das quadrilhas tucanas que estavam apenas circunstancialmente restritas aos
territórios que comandavam mas sempre tiveram aspirações e influência
nacionais.
Por fim, vinham parlamentares e outros políticos do
Centrão, que eram negociados de maneira transacional no varejo: uma emenda
aqui, um caixa 2 ali, uma secretaria acolá...
Isso não reduz a importância do PT e o protagonismo do
Lula nos crimes que foram cometidos contra o Brasil. Lula tem de ser preso e o
PT tem que ser extinto.
Mas ninguém pode dizer que é contra a corrupção se
tolerar as quadrilhas do PMDB ou do PSDB em nome da "estabilidade",
"das reformas" ou de qualquer outra tábua de salvação que esses
bandidos jogam para si mesmos.
E que ninguém superestime as rivalidades existentes entre
esses cinco grandes grupos que, pela própria sobrevivência são capazes de
qualquer tipo de acordo ou acomodação e farão de tudo para obstruir a Lava
Jato."
Eu não entendo o motivo pelo qual o texto utiliza, quase que frequentemente, os verbos no pretérito. As quadrilhas não deixaram e não deixarão de existir. Todas continuam firmes e fortes. No mais, representa nossa triste realidade atual e projeta um futuro sombrio para as próximas gerações.
ResponderExcluirE a(s) quadrilha(s) do RS ? Vamos lá, coragem.
ResponderExcluirE o FHC ?
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