Cremers quer limites para mais escolas médicas no País


- O jornalista Edgar Lisboa escreve coluna diária no Jornal do Comércio, Porto Alegre.

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Eduardo Neubarth Trindade, esteve em Brasília para uma reunião com conselheiros regionais de outros estados da Federação, para discutir e se posicionar sobre a "abertura desenfreada de escolas médicas em todo o País". Na opinião dos líderes dos conselhos de Medicina, "está se vendo uma precarização do ensino muito grande, uma perda da qualidade do profissional". Além disso, enfatiza Trindade, "estamos vendo, em todo o País, uma invasão por outras áreas, querendo fazer atividades privativas do médico". Segundo ele, "está se vendo complicações aberrantes, que, até pouco tempo, não se viam".
Formação profissional
"O conselho, de certa forma, está tentando, agora, através do Parlamento, uma melhor formação profissional para os médicos. Vai atuar junto ao Congresso Nacional para desenvolver medidas, também na formação do profissional, não só fiscalizando." Na opinião de Eduardo Trindade, "os conselhos devem atuar junto às faculdades, junto às universidades, para ver se melhora a formação dos médicos". O Brasil, hoje, tem um número aproximado de 450 mil médicos. No Rio Grande do Sul, afirma o presidente, "somos 35 mil médicos".
Importância do saneamento
Trindade diz que os médicos estão atuando em várias frentes. "Vimos que, até nas questões de saúde pública, muitas vezes, é mais importante ter um saneamento básico numa vila, numa região rural, do que simplesmente a presença de um médico", salientou o presidente do Cremers. O dirigente enfatiza que "é preciso atuar em várias frentes para conseguir melhores indicadores. Às vezes, ter um bom saneamento é mais relevante do que simplesmente ter a presença de um médico ali sem estrutura nenhuma. Médico não substitui a falta de estrutura".
Medicina no Rio Grande
Perguntado sobre a qualidade da medicina no Estado, Trindade afirmou que o Estado tem uma medicina de qualidade. "Temos ilhas de excelência no Rio Grande do Sul. A nossa grande dificuldade, agora, é distribuir para toda a população gaúcha essas ilhas de excelência. Temos que conseguir regionalizar a saúde do Estado."
Atendimento no Interior
Questionado sobre se, nas regiões mais distantes, no interior do Estado do Rio Grande do Sul, a população está bem servida em saúde, o presidente do Cremers disse que não. "Algumas regiões não estão bem servidas, tanto que tem que transferir os pacientes para Porto Alegre. Esse é um grande problema no nosso Estado", conta.
Educação e saúde ambiental
"A Funasa realiza estudos para um termo de cooperação com as universidades comunitárias, o Ministério Público, os tribunais de Contas e os conselhos regionais de Medicina, com o objetivo de desenvolver ações de educação e saúde ambiental", afirmou o presidente da instituição, Ronaldo Nogueira. Segundo ele, "a Funasa já executa obras de saneamento e também leva o conhecimento para aquelas comunidades que necessitam de informações a respeito da saúde e saneamento, com responsabilidade para a saúde e ao meio ambiente".

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