- O autor é advogado no RS.
As engrenagens de arrecadação do governo federal são periodicamente aperfeiçoadas e ampliadas, não importa quem no poder. Indiferente às regiões e às classes sociais, esse “Robin Hood” às avessas usurpa e pauperiza a população, os estados e municípios.
A pretexto de “fazer caixa” para atender a ganância e o gigantismo estatal, e para estabilização de uma dita “paz de mercado”, alimentado à base de juros estratosféricos, a conduta está inviabilizando a manutenção e criação de empregos, e comprometendo as famílias, afogadas em contas e números negativos.
O quadro geral é óbvio: falência progressiva das finanças estaduais e municipais, desqualificação dos serviços públicos, empobrecimento geral da população e desemprego massivo.
E por que tudo isso?
Por causa da histórica subordinação aos
governos centrais e, principalmente, o elevado nível de omissão e desinteresse
de governadores, prefeitos, deputados federais e estaduais no enfrentamento da
questão tributária.
É cruelmente óbvia a urgência e emergência acerca de apurada
divisão de competências e tributos, bem como a instauração de uma
rigorosa cultura de responsabilidade fiscal e controle orçamentário.
Enfim, pacto federativo e reforma tributária são prioritários.
Sucedem-se os anos, décadas a rigor, que ouvimos esta ladainha. É o
exemplo mais preciso da falência e incompetência da representação política
nacional.
A questão é de extrema gravidade porque determina retrocessos
institucionais, usurpa conquistas e responsabilidades, impedindo estados e municípios
no financiamento de suas obrigações básicas e locais.
E o resultado dessa omissão político-partidária-governamental
traduz-se no sistemático aumento de arrecadação federal e na diminuição da
participação proporcional de municípios e estados.
Por falta de informação, cultura e dignidade política, nossos
representantes não percebem que o reverso da globalização é o fortalecimento do
local e do regional.
E cuja matriz de financiamento e autossustentabilidade deve ser
assegurada e preservada como mecanismo de resistência ao processo de exclusão e
empobrecimento social, marcas da atualidade nacional e mundial.
Por derradeiro, há uma relação incestuosa e hipócrita de nossos
políticos. Nos plenários federais e estaduais do parlamento submetem-se à
ditadura do poder executivo.
Por omissão, “matam” seus municípios e estados, e a própria
população, por consequência. E depois, cinicamente, vêm correndo às
“bases” e “chorar no velório” da falta de recursos!
Atrevo-me a opinar: estamos todos sob o jugo do GOVERNO FEDERAL; GOVERNO ESTADUAL e MUNICIPAL....tudo para garantir O PODER DA CORRUPTO CLASSE POLÍTICA que faz e decreta leis etc; O POVO, ora o povo, esse não tem poder algum....isso é balela, o tal poder do povo...
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