Faz sentido, portanto, aproveitar todas as oportunidades que a vida lhe oferece de não ser infeliz. Pode ter certeza que o contrário é muito pior.
Eis aqui uma dessas oportunidades: lembre-se, a cada vez que lhe jogarem em cima alguma das aflições expostas ali nas primeiras linhas, como estaria a sua vida se há um ano atrás o Brasil tivesse elegido Fernando Haddad para presidente da República. Que tal? É possível que o próprio Haddad fique alarmado com a ideia. Pense um pouco em quem seria o ministro da Fazenda, por exemplo, e sobretudo no que ele estaria fazendo. Pense na Petrobras. Pense nos negócios da Petrobras. Pense nos diretores da Petrobras. Pense nos empreiteiros de obras públicas, nos empresários “campeões nacionais”, na roubalheira praticada nas três formas conhecidas de infinito - o atual, o potencial e o absoluto. Pense nos empréstimos que estariam fazendo, com o seu dinheiro, à Venezuela, Cuba ou Angola. Pense em Dilma Rousseff como ministra de alguma coisa. Já deu para ver onde estaria amarrado o nosso burro, não é mesmo? Então: um pouco mais de ânimo, pessoal, pois o atual governo, seja lá o julgamento que você faça dele, é artigo de primeiríssima qualidade perto do que poderiam estar lhe servindo agora.
Tenha base em informação de confiança e colunistas de opinião para recuperar esse ânimo
Não se trata apenas de imaginar pesadelos que não aconteceram. Trata-se de olhar para os fatos. Em 2015, o último ano-cheio do PT no governo, a inflação foi superior a 10%, indo para 11. Em 2019 será de 3%, e na sua última medição mensal foi zero. Os juros estavam em 14,25% ao ano. Hoje estão três vezes menores, em 5% - o nível mais baixo em 33 anos, quando se começou o trabalho de fazer a sua computação anual. O risco do Brasil como devedor passou dos 500 pontos em 2015; hoje está um pouco acima de 100. Dilma, em sua reta final, deu ao Brasil uma recessão inédita: o PIB caiu em quase 4% no ano. Em 2019 vai subir 1%. O crédito imobiliário está em 6,5% ao ano, um número recorde. Nos seis primeiros meses deste ano, segundo a indiscutível OCDE, o Brasil foi o quarto país do mundo que recebeu mais investimentos estrangeiros. Até 30 de setembro foram criados 760.000 novos empregos. Até esse dia 30, também, a União arrecadou mais de 95 bilhões de reais com privatizações, concessões e vendas de empresas estatais – quatro vezes mais do que tinha planejado. A BR Distribuidora não é mais da Petrobras. O índice da Bolsa de São Paulo está chegando perto dos 110.000 pontos. Fechou abaixo dos 40.000 em 2015.
Desencantado, ainda? Pense mais uma vez.
J.R.Guzzo é jornalista. Começou sua carreira como repórter em 1961, na Última Hora de São Paulo, passou cinco anos depois para o Jornal da Tarde e foi um dos integrantes da equipe fundadora da revista Veja, em 1968. Foi correspondente em Paris e Nova York, cobriu a guerra do Vietnã e esteve na visita pioneira do presidente Richard Nixon à China, em 1972. Foi diretor de redação de Veja durante quinze anos, a partir de 1976, período em que a circulação da revista passou de 175.000 exemplares semanais para mais de 900.000. Nos últimos anos trabalhou como colunista em Veja e Exame.
De fato mestre Guzzo. Eu, modestamente, faço muito frequentemente este exercício. E me reconforto bastante.
ResponderExcluirObrigado Guzzo! No meio de tanta confusão é bom ler uma matéria de um jornalista inteligente e honesto!
ResponderExcluirConcordo.
ResponderExcluirTambém gostei mto de ler este artigo. Hoje era um dia q estava mto desanimada, perdendo a esperança. Obrigada Guzzo.
ResponderExcluirAh! Guzzo! Grande! Sábio! Ainda bem que jornalistas como vc ainda existem. Estou cansada das manipulações disfarçadas de más notícias. Cansada dos jornalistas militantes e isentões, dos maus políticos que querem destruir o trabalho do presidente legitimamente eleito pelo povo.
ResponderExcluirAlô Políbio Brega
ResponderExcluirComo está seu cu hoje ? Da última vez que levou bomba ficou muito arrombado ? (k(kkkkkkkk
Não lembro da Dilma transferindo a presidência pro Bolsonaro, esqueceram de convidar o Temer.
ResponderExcluirMuito boas tuas palavras. Deste tipo de jornalismo o Brasil precisa
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