"Ninguém gasta o dinheiro dos outros com tanto
cuidado como gasta o seu próprio. Se quisermos eficiência e eficácia, se
quisermos que o conhecimento seja bem usado, isso precisa ser feito por meio da
iniciativa privada." (Milton Friedman)
Em um país recheado de cadeiras cativas, onde importa
mais quem você conhece do que o que você conhece, é sempre bom desconstruir
algumas figuras que são tidas como intocáveis. É o caso do economista Luiz
Gonzaga Belluzzo.
Apesar de não ser formado em Economia, Belluzzo iniciou
sua carreira na área ingressando no curso de pós-graduação em Desenvolvimento
Econômico na Unicamp. O nome desse curso é bem sugestivo, pois mostra qual é a
linha de raciocínio que a Unicamp utiliza para formar seus economistas. Em
termos bem resumidos, os desenvolvimentistas pregam que o Estado deve
realizar massivos investimentos públicos para que o país possa se desenvolver
socialmente. Para eles, o Estado deve continuamente aumentar os seus gastos
ofertando créditos subsidiados para grandes empresas nacionais via bancos
públicos, além de criar empresas estatais com papel
"estratégico". Essas empresas escolhidas, que muitos chamam que
campeãs nacionais, seriam responsáveis pelo progresso do país.
Na teoria tudo é lindo, mas há um problema: não existe no
mundo nenhum caso de sucesso. O desenvolvimentismo da Unicamp nada mais é do
que uma cópia (mal feita) da teoria elaborada pelo economista John
Keynes. Todos os países que fizeram essa aposta – mesmo que mal
interpretando Keynes em alguns pontos - tiveram um ótimo início fantasioso, mas
acabaram enfrentando uma alta inflação e uma recessão profunda em um médio e
longo prazo. Para mostrar os desastres dessa ideologia não precisamos buscar
experiências estrangeiras, o Brasil pode nos servir de exemplo.
Os governos militares, principalmente os de Médici e
Geisel, que tinham Delfim Netto e Mario Henrique Simonsen como Ministros da
Fazenda respectivamente, seguiram essa linha desenvolvimentista. No começo,
tivemos o milagre econômico, e na década seguinte a década perdida. Uma pessoa
sensata questionaria essa ideologia desenvolvimentista nesse momento. Mas quem
disse que pessoas como Belluzzo são sensatas?
Já na década de 1980, tivemos diversos planos elaborados
por grupos de economistas para tentar salvar o Brasil da recessão. Nessa época,
no governo Sarney, mesmo não sendo o Ministro da Fazenda, Belluzzo estava lá
propondo as mesmas ideias desenvolvimentistas para salvar o país da crise. Não
deu certo novamente. Mas é aí que começa a história do nosso personagem.
No final da década de 1980, já nas eleições presidenciais
de 1989, um grupo de economistas chegou a um consenso que a solução para o
Brasil conter a hiperinflação era o confisco. É isso mesmo que você leu. Aquele
confisco que Fernando Collor implementou, seria feito se Lula ou Mário Covas
fossem eleitos. Aquilo não tinha sido uma ideia isolada da distorcida cabeça de
Zelia Cardoso de Melo. E quem estava nesse grupo de economistas? Belluzo! E lá
se foi mais uma tentativa desenvolvimentista que não deu certo. Na época,
Roberto Campos, um dos poucos economistas liberais da época, soltou a seguinte
frase: "Ou o Brasil acaba com os economistas da Unicamp, ou eles acabam
com o Brasil". Dito e feito - eles acabaram com o Brasil.
Precisou de toda essa lambança desenvolvimentista durante
quase 20 anos para que na década de 1990 um grupo de economistas da PUC
idealizasse o Plano Real, finalmente abandonando as ideias dos malucos da Unicamp.
O resultado foi que tivemos a moeda mais longa da nossa história. O Plano Real
deveria ter colocado um fim nos desenvolvimentistas. Deveria, mas aí veio
o PT.
Dilma e Mantega - também discípulos do desenvolvimentismo
da Unicamp -, trouxeram de volta as mesmas receitas desenvolvimentistas já no
segundo mandato do governo Lula. Quando Dilma assumiu, ela adicionou a cereja
do bolo. Como seu consultor pessoal, adivinhem quem a estocadora de ventos
chamou. Quem? Quem? Belluzzo, de novo! Não é impressionante? O Dr Frankenstein
que participou das piores experiências econômicas que o Brasil já teve resolveu
tentar a mesma receita que nos levou a ruína. E o resultado...Bem, o
resultado eu não preciso nem explicitar, pois todos nós estamos vendo –
inflação alta, recessão profunda, dólar disparado, déficit público exorbitante,
NOVAMENTE.
Com todos esses erros grotescos, Beluzzo deveria estar
trancado dentro de casa (ou seria um manicômio?) com vergonha de sair. Mas o
que acontece é o contrário. Belluzzo, e outros inflacionistas que quebraram o
Brasil, como Delfim Netto e Bresser-Pereira, gozam de um alto prestígio na
mídia. Recentemente, Belluzo deu uma entrevista ao Valor Econômico acusando que
a crise atual foi devido ao ajuste fiscal inexistente! Ou seja, a culpa não foi
dos gastos desenfreados que ele e Dilma propuseram, foi do ajuste fiscal
fictício. É uma piada! E cabe ressaltar que nem vou me dar o trabalho de relatar
a experiência desenvolvimentista que Belluzzo fez com o meu querido Palmeiras,
pois já deu para perceber qual foi o resultado. Quebrou o Palmeiras também.
Sendo assim, a imprensa precisa ter mais coerência a quem
ela dá ouvidos, pois uma pessoa como Belluzzo presta um desserviço ao país. Já
vi pessoas da imprensa "especializada" falando que o PT fez o que
Armínio Fraga – que seria Ministro da Fazenda de Aécio – faria se Aécio fosse
eleito. Nada mais falso! O ajuste fiscal proposto por Armínio era
diametralmente oposto ao que Joaquim Levy e o PT fizeram. Armínio propunha um
ajuste pelo lado da despesa, ou seja, cortando gastos. Já Levy e o PT, querem
fazer o ajuste pelo lado da receita, ou seja, aumentando impostos e até
reinventando o nefasto CPMF.
Então meus caros, já que imprensa dita especializada não
faz, eu farei. Toda vez que virem uma entrevista de pessoas como Belluzzo,
Delfim Netto, Bresser-Pereira, Maria da Conceição Tavares, enfim, todos aqueles
que propõem aumento de gastos públicos como solução para o nosso país,
lembrem-se: vocês estão diante de verdadeiros charlatões. O que precisamos
é de menos Estado e mais mercado. Quando ouvirem um economista falando isso, aí
sim, podem ficar tranquilos. Esses são verdadeiros economistas.
Imprensa brasileira $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$
ResponderExcluirGrande texto. Este sítio é, infelizmente, um oásis neste mar de bananas que é o Brasil.
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