Em entrevista à jornalista Tânia Monteiro, o general Eduardo Villas Bôas,
chefe das Forças Armadas, deixou claro que os militares não aceitam a
candidatura Lula:
- O pior cenário é termos alguém sub judice, afrontando
tanto a Constituição quanto a Lei da Ficha Limpa, tirando a legitimidade,
dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro governo e dividindo
ainda mais a sociedade brasileira. A Lei da Ficha Limpa se aplica a
todos.
O general também contestou a decisão da ONU:
- É uma
tentativa de invasão da soberania nacional. Depende de nós permitir que ela se
confirme ou não. Isso é algo que nos preocupa, porque pode comprometer nossa
estabilidade, as condições de governabilidade e de legitimidade do próximo
governo.
Na sua visão, o próximo presidente poderá ter sua
legitimidade contestada. "O atentado confirma que estamos construindo
dificuldade para que o novo governo tenha uma estabilidade, para a sua
governabilidade, e podendo até mesmo ter sua legitimidade questionada. Por
exemplo, com relação a Bolsonaro, ele não sendo eleito, ele pode dizer que
prejudicaram a campanha dele. E, ele sendo eleito, provavelmente será dito que
ele foi beneficiado pelo atentado, porque gerou comoção. Daí, altera o ritmo
normal das coisas e isso é preocupante", disse ele.
Segundo o general, Bolsonaro não é o candidato das Forças
Armadas:
- Quem chancela isso é o povo brasileiro. Nós somos instituição de
Estado que serve ao povo. Não se trata de prestar continência para A ou B. Mas,
sim, de cumprir as prerrogativas estabelecidas a quem é eleito presidente. Não
há hipótese de o Exército provocar uma quebra de ordem institucional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário