Artigo, Bruno Dornelles - A estratégia petista agora é deslegitimar a vitória de Bolsonaro


Bloqueio do Whatsapp em razão de "abuso de poder econômico", pedido de retirada da candidatura, etc. Combinadas, ações como essas teriam um resultado aproximado do zero sucesso nas vias judiciais, não mais dispostas a comprar as aventuras autoritárias e absurdas do PT a essa altura do campeonato. Mas, então por que o constrangimento petista de entrar com pedidos como estes? A resposta é mais simples do que parece.

O PT já admite estar derrotado. Não está esboçando mais uma atitude de competir nas eleições, senão de preparar o campo para uma aparente ilegitimidade do pleito com a venda de um frame de "abuso de poder econômico" e de também falsa disparidade em competições. Isso, mesmo literalmente nadando em fundos públicos partidários contra uma campanha que juntou apenas R$ 2 milhões, a grandessíssima maioria através de financiamento privado.

Sim, o mesmo PT que, no passado, utilizou indevidamente de TODA a administração pública para fins de vencer eleições (sobretudo dos Correios). O mesmo que arrombou a Petrobrás para pagamento de suas eleições, o mesmo que estruturou sovietes municipais por onde passou - como os eixos do Orçamento Participativo de Porto Alegre -, o mesmo que se utilizou de sindicatos privados de maneira totalmente indiscriminada para fins terroristas e intimidadores, e, enfim, o mesmo que se aliou a tudo que existia de pior na elite econômica, em troca do velho "favor por poder".

Em um país sério, e se a oposição tucana até então vigente não estivesse interessada em praticar o famoso teatro das tesouras, poderíamos ter criado a retórica do óbvio abuso criminoso do PT, mas isso não aconteceu. Toda espécie de abuso petista durante todos esses anos ficou em banho-maria, seja pela inércia tucana, seja pela incapacidade do cidadão médio de agir mediante tão absurda podridão, um fator psicológico válido que demandaria horas de dissertações acerca das obras de Pavlov e B.F. Skinner.

A preparação petista, agora, é a da retórica do golpe eleitoral, da inércia institucional diante de um falso "abuso de poder econômico", mesmo que a realidade demonstre que tudo isso é apenas fruto da espontaneidade de milhões de brasileiros dispostos a trabalhar para uma campanha pobre, que até o momento tem sido resumida em um tripé de camelô, um celular barato para lives de Facebook e uma iluminação amadora em uma sala de estar. Pelo óbvio, ela não passa mais da aparência que efetivamente é: mera bolha de sabão do comunista derrotado.

Bruno Dornelles
Advogado especializado em Direito Tributário e mestre em Direito Público

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