Em dois meses, minha mãe completa 100 anos de vida e diz
que nunca viu nada igual ao que está testemunhando hoje. Ela passou pela
ditadura Vargas, pelas tentativas comunistas de tomada do poder, a começar em
novembro de 1935, depois por tantos governos diferentes e tantos planos de
salvação nacional, mas nunca viu uma reação como agora, contra o estado de
coisas em que enterraram o país. Uma reação popular e pacífica, de uma maioria
que cansou de ser enrolada, ludibriada, enganada – desculpem usar tantos
sinônimos para a mesma mentira. Eu mesmo, em meus quase 80 anos de Brasil,
nunca vi nada igual. Eu diria que se trata de uma revolução de ideias, tal a
força do que surgiu do cansaço de sermos enganados.
Mencionei a primeira tentativa comunista de tomada do
poder, há 83 anos. Naquele 1935, houve reação pelas armas. Nas outras
tentativas, no início dos anos 60, a reação veio das ruas, que atraiu as armas
dos quartéis. A última, veio pelo voto, na mesma linguagem desarmada, com que
começou a sutil tentativa tucana, para desaguar nos anos petistas, já com a
tomada das escolas, dos meios de informação, da cultura – com aquela conversa
que todos conhecemos. De repente, acordamos com a família destroçada, as
escolas dominadas, os brasileiros separados por cor e renda, a cultura nacional
subjugada, a História transformada. Mas acordamos.
Reagimos no voto, 57 milhões, mais alguns milhões que tão
descrentes estavam que nem sequer foram votar. O candidato havia sido
esfaqueado para morrer, nem fez campanha, não tinha horário na TV, nem dinheiro
para marqueteiro. Mas ficou à frente do outro em 10 milhões de votos. Ainda não
se recuperou da facada, a nova intentona; precisa de mais uma cirurgia
delicada, mas representou a reação da maioria que não quer aquelas ideias que
fracassaram no mundo inteiro, que mataram milhões para se impor e ainda assim
não se impuseram.
O que minha mãe nunca viu é que antes mesmo de o
vitorioso tomar posse, as ideias vencedoras da eleição já se impõem. Policiais
que tiram bandidos das ruas já são aplaudidos pela população; juízes se sentem
mais confiantes; pregadores do mal já percebem que não são donos das
consciências; as pessoas estão perdendo o medo da ditadura do politicamente
correto, a sociedade por si vai retomando os caminhos perdidos, com a mesma
iniciativa que teve na eleição de outubro, sem tutor, sem protetor, sem
condutor. Ela se conduz. O exemplo mais claro desse movimento prévio ao novo
governo é a retirada cubana, no rompimento unilateral de um acordo fajuto, de
seus médicos, alugados como escravos ao Brasil. Cuba “passou recibo” na
malandragem e tratou de retirá-los antes que assumisse o novo governo, na
prática confessando uma imoralidade que vai precisar ser investigada no Brasil,
para apontar as responsabilidades, tal como ainda precisam ser esclarecidos
créditos do BNDES a ditaduras, doação de instalações da Petrobras à Bolívia,
compra de refinaria enferrujada no Texas, e tantas outras falcatruas contra as
quais a maioria dos brasileiros votou em outubro.
Excelente 👏👏👏
ResponderExcluirExatamente.
ResponderExcluirPerfeito!
ResponderExcluirA mim pertence a vingança e todo tipo de pagamento! No tempo certo os pés dessa gente começarão a escorregar, o dia da sua desgraça aproxima-se célere, e seu próprio destino se apressa sobre eles.’
ResponderExcluirhttps://bibliaportugues.com/deuteronomy/32-35.htm
Ideologias só servem a ditadores para consumarem suas paranoias de poder e submeterem as sociedades aos delírios de suas mentes deturpadas. Elas são a antítese da pluralidade, da tolerância e da prática do livre arbítrio, e ainda, fomentam o enfrentamento nunca o diálogo. Ideologia é o instrumento ideal para quem deixou atrofiar o seu senso crítico, mas faz questão de se posicionar inspirado pelas suas emoções.
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