Enquanto representantes votam pautas alheias à vontade pública, como em Porto Alegre se votou pela ridícula proibição de canudinhos de plástico, ou mesmo o caso de um ministro do Supremo Tribunal Federal demonstrar a “sensibilidade” de, por via de liminar, tentar conceder a libertação de cerca de 25% dos presos brasileiros, sob pretextos técnico-constitucionais, a população, do lado de fora dessa bolha ficcional chamada “instituições brasileiras”, sem sucesso, vêm constantemente gritando indignada, ainda que sem qualquer voz representativa e fiel nesse ambiente. A pauta? Nada além do velho bom senso, o mesmo que reagiu com ferocidade e coragem à grave infiltração institucional de esquerda até tornar Jair Bolsonaro o seu Presidente da República.
É de admirar as mentes mais cautelosas que automaticamente nos clamam por prudência às vésperas do tão esperado dia 1º de janeiro. Contudo, mal sabem elas: é apenas um homem contra um “establishment” inteiro. É a chefia do Executivo contra todo um “deep state” já consolidado, com mais de cem anos de domínio republicano patrimonialista. República essa, apenas ficcional em suas finalidades de Estado de promover o bem comum, e, por excelência, sempre desconectada da própria realidade.
Nem todo aquele cidadão médio que olha externamente as nossas instituições vai conseguir discernir com a adequada expressão da linguagem essa desconexão, traduzida sobretudo na retroalimentação corrupta que impõe a sua própria manutenção mediante a violência de negociatas às quais imagina existir e consegue comprovar por maus frutos gerados por elas. Contudo, pergunte a um desses cidadãos, ao mais simples e ao mesmo tempo mais experiente, o que ele acha de nossos governantes e de nossos ministros do STF, e veja a mágica de uma legítima indignação tomar materialidade perante a inércia tão violenta mantida por Brasília e por seus satélites federativos atuais.
Bruno Dornelles
Advogado especializado em Direito Tributário e mestre em Direito Público
Muito bom Bruno.
ResponderExcluirÉ ... ser brasileiro é para os fortes...
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