O ex-atleta Fábio Guerra afirmou, nesta segunda-feira, que pagou cerca de R$ 100 mil em dinheiro vivo ao senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para quitar parte da compra de um imóvel adquirido por ele do senador. O imóvel fica na zona sul do Rio de Janeiro.
Os valores foram repassados, segundo Guerra, entre junho e julho de 2017, período em que o Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) apontou depósitos suspeitos que somam R$ 96 mil na conta do senador eleito, filho do presidente Jair Bolsonaro.
— Paguei em dinheiro porque havia recebido em dinheiro pela venda de outro apartamento. Como recebi aos poucos, fui pagando aos poucos — disse Guerra, ex-jogador de vôlei de praia, que afirmou não ter mais contato com o senador eleito. Segundo ele, foram depósitos de R$ 2 mil por esse ser o limite no caixa eletrônico. No Itaú, único banco no qual o senador eleito tem conta declarada, o limite para depósito em espécie no caixa eletrônico é de R$ 2 mil. Os cerca de R$ 100 mil pagos em dinheiro, segundo Guerra, foram parte dos R$ 550 mil pagos como sinal da transação —nome dado ao pagamento antecipado antes da concretização final do negócio. O restante foi feito por meio de transferência bancária, disse o ex-atleta
A declaração corrobora a versão dada pelo senador eleito em entrevistas às TVs Record e Rede TV!. Na Alerj, onde foram feitos os depósitos, há um autoatendimento do Itaú.
Flávio Bolsonaro afirma que trocou uma cobertura em Laranjeiras (zona sul) que havia comprado em 2016 por dois imóveis de Guerra — um apartamento na Urca e uma sala comercial na Barra da Tijuca — mais R$ 600 mil. A permuta foi de R$ 2,4 milhões no total — valor atribuído ao imóvel de Laranjeiras.
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O documento também corrobora a versão do senador eleito sobre o pagamento do título de R$ 1 milhão à Caixa Econômica Federal, identificado pelo Coaf. A escritura afirma que o valor se refere ao pagamento do financiamento de um empréstimo feito junto ao banco, pago em junho de 2017.
Flávio é investigado pela Procuradoria-Geral de Justiça do Rio de Janeiro após ter o nome citado num relatório do Coaf. Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017
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