Evento
promovido por projeto do Hospital Moinhos de Vento em parceria com o Ministério
da Saúde busca qualificar profissionais de centros de transplante de todo o
Brasil
Inteiramente
coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o transplante de medula óssea (TMO)
ainda é um desafio em função de seu alto custo e complexidade. Essa realidade,
os avanços e os desafios na área foram discutidos no I Simpósio Internacional
de TMO, nesta sexta (11) e sábado (12), no Plaza São Rafael, em Porto Alegre. O
evento, promovido pelo projeto Mais TMO do Hospital Moinhos de Vento em
parceria com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento
Institucional do SUS (PROADI-SUS), reuniu 270 profissionais de 56 centros
transplantadores e centrais reguladoras de todo o
Brasil.
A
Coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde,
Daniela Salomão, ressaltou a importância dos projetos em parceria com os
hospitais de referência no Brasil para qualificar o atendimento na rede SUS.
Segundo a representante do governo federal, o projeto Mais TMO é um exemplo
disso. “São estudos sócio-econômicos, de assistência, de registros clínicos,
desenvolvimento de protocolos, cursos de capacitação e produção científica que,
se não fossem realizados com esses recursos, não aconteceriam”, afirmou
Daniela.
Segundo ela,
esses projetos ajudam o Ministério da Saúde a avaliar, por exemplo, qual será o
reajuste dos valores repassados aos hospitais que fazem os transplantes, além
da contratação de pessoal e liberação de leitos. “Estamos conseguindo, junto com
os hospitais de referência, o que o governo sozinho não faria: desenvolver os
centros de transplantes, qualificar e ampliar o atendimento e cuidar melhor dos
nossos pacientes”, concluiu.
O
Superintendente de Educação, Pesquisa e Responsabilidade Social do Hospital
Moinhos de Vento, Luciano Hammes, agradeceu a parceria do Ministério da Saúde.
Para ele, a soma de esforços permite levar saúde de excelência a todos os
brasileiros. “Em 10 anos, foram mais de 500 projetos e 4,6 bilhões de reais em
investimentos. Recursos que não seriam investidos em Saúde desta forma”,
destacou. Com essa iniciativa, de acordo com Hammes, é possível “transmitir um
pouco da expertise do Hospital Moinhos de Vento e dos outros hospitais
referência no Brasil para a rede SUS”.
“O PROADI-SUS
permite que parte dos impostos seja revertida em qualificação das equipes,
ampliação do atendimento e mais saúde para quem, muitas vezes, não teria
acesso”, pontuou ele, citando, além do Mais TMO, os projetos de telemedicina,
redução de infecções e estudos com programas nacionais de vacinação.
Mais de cem transplantes
A Superintendente Assistencial do Hospital Moinhos de Vento, Vânia Röhsig,
falou sobre a história dos transplantes de medula óssea e os investimentos para
oferecer estrutura adequada e a melhor experiência ao paciente. Há quatro anos,
a instituição fez um grande investimento, incluindo a primeira unidade fechada
fora do CTI. “Ao longo do tempo, aprendemos e nos qualificamos. Hoje temos uma
unidade onde os pacientes podem fazer fisioterapia, ter um espaço mais
confortável, dentro de um ambiente controlado”, salientou.
A
Coordenadora da Unidade de Internação Onco-Hematológica do Hospital, Claudia
Caceres Astigarraga, falou sobre os 117 transplantes do tipo realizados na
instituição. Desses casos, segundo ela, 27 foram pelo projeto Mais TMO. “É um
tipo de procedimento que exige estruturas físicas adequadas e equipes
multidisciplinares treinadas e especializadas. Com o projeto, estamos
acompanhando pacientes, capacitando profissionais, qualificando manuais e
protocolos. Isso também vai ajudar na definição de políticas e investimentos
para ampliar o acesso desse transplante à população”, concluiu.
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