Cenário global continua pautado nos temas de inflação e atividade e suas implicações para a política monetária. Após frustração com o desempenho da economia em muitos países, há sinais de certa estabilização, ainda que o aumento dos casos de Covid na Europa traga alguma preocupação, diante da queda da mobilidade. A inflação elevada, por sua vez, tem se mostrado mais persistente, aumentando as dúvidas sobre a transitoriedade dos choques. E, em alguma medida, notamos algum espalhamento entre os diversos componentes, em um ambiente em que a demanda por bens segue elevada, os preços de energia continuam pressionados e a reabertura vem pressionando os preços de serviços. A maior parte dos países emergentes, ao longo dos últimos trimestres, já começou a subir juros. Nos países desenvolvidos, contudo, a sinalização por parte dos bancos centrais é mais moderada, revelando maior tolerância aos choques hoje presentes. O Fed, em especial, após iniciar a redução das compras de ativos deve levar algum tempo antes da primeira alta de juros: o cenário base é encerrar o tapering em meados do ano que vem e subir 1 ou 2 vezes a taxa de juros, no segundo semestre de 2022. No entanto, o risco hoje está viesado para um ajuste mais forte e/ou mais rápido, refletindo a leitura de uma inflação mais alta por um período mais estendido.
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