A ABB, empresa que atua em automação industrial, assinou um memorando de entendimento com o governo do Ceará para o desenvolvimento de um hub para produção de H2V (hidrogênio verde) no estado.
A informação foi repassada ao editor na tarde desta segunda-feira.
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Com a oficialização da parceria, a multinacional afirmou que começam os trabalhos para a mesma se tornar um dos principais parceiros tecnológicos de empresas e instituições envolvidas no desenvolvimento desse projeto que inclui o Complexo Portuário do Pecém.
A participação da ABB no hub do H2V começa com estudos de viabilidade técnica para construção da planta de produção. A companhia também entra com ativos e tecnologias para ajudar a produzir hidrogênio verde.
“Neste ponto a ABB pode agregar muito com as suas soluções digitais de gerenciamento de energia, seja ela uma fonte renovável solar, eólica, biomassa ou hídrica, além de equipamentos elétricos e retificadores”, disse Renato Martins, gerente da Divisão de Energia da ABB Brasil.
“Uma solução em vista para o novo hub é a utilização de sistemas conectados ao Centro de Controle Remoto, instalado na sede da empresa em São Paulo, para gerar diagnósticos e relatórios técnicos periódicos. A adoção dessas tecnologias e procedimentos são passos necessários para otimizar as operações da planta, reduzindo o custo de produção de H2 por quilo produzido, ressaltou.
Hidrogênio verde brasileiro para o mundo
A intenção dos parceiros do hub de H2V é posicionar o Brasil como um produtor, exportador e distribuidor em escala global. O país é um dos que mais produzem energia renovável no mundo e, segundo projeções da BNEF (BloombergNEF), é um dos poucos que pode oferecer hidrogênio verde com o menor custo do globo, a US$ 0,55 por quilo até 2050.
Segundo a ABB, no Ceará, as condições para produção e exportação são igualmente favoráveis: alta capacidade para geração de energia eólica e solar (potencial energético das duas fontes: 1.363.2 TWh/ano), localização estratégica do Complexo do Pecém, disponibilidade de área para construção de hub, disponibilização de água através de dessalinização.
“O estado do Ceará está fazendo um excelente trabalho apresentando ao mundo os benefícios de implementar projetos no Pecém e atraindo os interessados em aportar novos investimentos. Isso abre portas para novas oportunidades, as quais as empresas privadas podem estar envolvidas e obter bons resultados dessa sinergia”, analisou Martins.
Ele pondera, no entanto, que o Brasil precisa acelerar na implementação de regulamentações e normas “se quisermos nos tornar fortes exportadores de H2V e seus derivados diante desta corrida global da transição energética”.
Sustentabilidade
De acordo com estudos da IEA (Agência Internacional de Energia), a substituição do hidrogênio derivado da queima de combustíveis fósseis pelo verde, obtido a partir de energia renovável, poderia poupar a emissão de 830 milhões de toneladas de carbono por ano.
“Considerando que o H2V tem um enorme potencial de ser o combustível do futuro e será o grande protagonista na descarbonização, enxergamos uma excelente oportunidade de nos tornarmos o maior parceiro tecnológico dentro do hub do H2V no Pecém”, relatou.
Segundo o executivo, a ABB reduziu em 39% suas emissões de gases de efeito estufa em 2021, ante o ano de 2019. “A sustentabilidade tem papel central na proposta de valor da ABB. Para nós, desenvolvimento sustentável significa progresso em direção a um mundo mais saudável e próspero, hoje e para as gerações futuras”.
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