STJ julga recurso de decisão do TJSP que fulminou revisão da Lei da Anistia

Após o voto do ministro, ministra Maria Isabel Galotti votou para manter a decisão que considerou o caso prescrito. O STJ examina decisão do TJSP que fulminou interpretação maléfica da Lei da Anistia.

O ministro Marco Buzzi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), votou, nesta terça-feira, contra a prescrição da ação que pretende condenar o ex-coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra a indenizar a família do jornalista Luiz Eduardo Merlino, assassinado em julho de 1971, durante o regime militar.O voto do ministro, que é relator do caso, foi proferido na sessão na qual a Quarta Turma do STJ analisa a legalidade da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que derrubou a condenação dos herdeiros de Ustra a pagarem R$ 100 mil para a viúva e a irmã de Merlino, além de reconhecer a participação do então coronel nas sessões de tortura que mataram o jornalista. Ustra morreu em 2015.

Buzzi votou pela anulação da decisão do tribunal paulista e determinou que a primeira instância julgue o caso novamente. O relator entendeu que os crimes atribuídos a Ustra podem ser considerados crimes contra a humanidade. O ministro acrescentou que a Lei de Anistia, aprovada em 1979 para anistiar crimes cometidos durante a ditadura, não impede o andamento das ações indenizatórias, que são de matéria cível.

Diante do empate na votação, o julgamento foi suspenso e será retomado na próxima semana.


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